Andorra: um país para fazer dinheiro e aproveitar a vida

Embora Andorra tenha o tamanho de uma pequena ilha, atrai quase 10 milhões de turistas todos os anos. O fato que mais impressiona é que 2/3 de sua população são estrangeiros. Mas por que isso acontece? Abaixo você encontrará a resposta.

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Por que Andorra é tão impressionante?

Andorra é o sexto menor país da Europa, com uma área de apenas 468 quilômetros quadrados, equivalente à metade do tamanho das Ilhas da Madeira, em Portugal. Sua população é similar à de um bairro em Brasília, mas a diversidade cultural é significativa devido à presença significativa de imigrantes.

Apesar de seu tamanho reduzido, cerca de 10 milhões de turistas escolhem visitá-la anualmente. Essa popularidade se deve à combinação de belíssimas paisagens, clima ameno e atividades ao ar livre.

A geografia de Andorra é marcada por deslumbrantes vales, encostas nevadas e riachos caudalosos, tornando-a uma joia escondida entre os Pirineus. O país faz fronteira com a Espanha a sudoeste e com a França a nordeste, o que facilita o acesso de visitantes.

Tradicionalmente, os residentes locais viviam da criação de ovelhas e do cultivo de tabaco, centeio, trigo, azeitonas, uvas e batatas. Contudo, nas últimas cinco décadas, a dinâmica do país sofreu mudanças significativas devido ao seu crescimento econômico e à imigração.

Um paraíso fiscal que atrai estrangeiros

A língua oficial de Andorra é o catalão, e a população local é composta por cerca de 80 mil residentes. No entanto, dois terços da população não são nativos e não possuem a cidadania do país. A maioria dos estrangeiros, como espanhóis, alemães, britânicos e franceses, escolheu Andorra em busca de oportunidades e qualidade de vida.

Em 1950, Andorra contava com apenas 6.000 habitantes. Desde então, a população cresceu de forma constante, aumentando de 10 a 20 mil habitantes por década, refletindo o crescimento econômico e a atratividade do país.

O motivo principal para essa imigração em massa é tanto a beleza natural e a vida tranquila, como o regime fiscal favorável. A importação de produtos é isenta de taxas alfandegárias, os impostos são praticamente inexistentes, e produtos como bebidas alcoólicas, tabaco e dispositivos eletrônicos não têm um regime tributário oneroso.

Consequentemente, Andorra se tornou sede para várias empresas de varejo e negócios, enquanto a taxa de desemprego não ultrapassa 2%, uma das mais baixas do mundo. Além disso, mesmo não sendo membro da zona do euro, a União Europeia reconheceu o euro como moeda oficial do país.

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O paraíso escondido que atrai muitas turistas

Além de ser um “paraíso fiscal”, Andorra é famosa por suas paisagens naturais. As encostas íngremes e os picos cobertos de neve, combinados com resorts de luxo e estações de esqui, estabeleceram Andorra como um dos principais destinos de inverno da Europa.

De acordo com dados oficiais, o pequeno país nos Pirineus atrai anualmente cerca de 10 milhões de turistas, um número impressionante quando comparado à sua população. Mesmo durante os meses de verão, quando a neve derrete, muitos optam por visitá-la para praticar caminhadas ou escaladas nas trilhas montanhosas de beleza selvagem.

Para os habitantes locais, que não se mudaram para Andorra apenas por questões fiscais, o turismo é a principal fonte de renda e atividade econômica.

Um dos principais atrativos para turistas é a ausência de impostos sobre a maioria dos produtos. No entanto, em 2013, o país começou a reformar sua legislação fiscal, introduzindo o imposto sobre a renda e outros tributos, mas ainda mantém uma carga tributária muito inferior à de outros países europeus.

Recapitulação histórica

Diferente de outros pequenos estados da Europa, Andorra possui séculos de história. Ela foi reconhecida como uma região independente pela primeira vez em 819, quando o rei dos francos, Luís, o Piedoso, filho de Carlos Magno, concedeu terras ao bispo local. Essa decisão gerou conflitos entre nobres franceses e espanhóis que duraram anos.

Oficialmente, a criação do Estado de Andorra ocorreu em 1278, quando a região foi finalmente entregue ao Conde de Foix e ao Bispo de Urgell. Após o casamento de Henrique IV, os direitos sobre esse condado passaram para a Coroa Francesa. Assim, Andorra manteve sua relação de proteção com os reis ao longo dos séculos.

Atualmente, embora tenha um primeiro-ministro eleito, Andorra é considerada um co-principado, onde os dois chefes de Estado são o presidente da França e um bispo da Espanha.

Finalmente, vale ressaltar que, mesmo após a resolução do conflito entre as duas nações vizinhas, Espanha e França continuam a competir informalmente pela influência sobre Andorra.

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Como é a vida em Andorra hoje?

Por fim, Andorra tem uma das menores taxas de criminalidade do mundo, o que a torna um lugar seguro para viver e visitar. Além disso, a expectativa de vida no país é uma das mais altas do mundo, com média de 84 anos.

O sistema educacional em Andorra é interessante porque oferece aos estudantes a escolha de três sistemas escolares diferentes: andorrano, francês e espanhol. Isso permite que as crianças cresçam fluentes em vários idiomas, o que reflete a diversidade cultural do país.

Em 2004, o “Vale de Madriu-Perafita-Claror” foi designado como Patrimônio Mundial da UNESCO. Essa região preserva a paisagem natural e cultural de Andorra, com antigas rotas de pastores e vestígios de atividades agrícolas tradicionais, refletindo a história do país.

E aí? Agora você já pode acrescentar Andorra à sua lista de lugares para visitar!

  • Grego, morou na Grécia por quase toda a sua vida e em Londres por 3 anos. Trabalhou como Bar Manager, Bartender e Barista em Londres e na Grécia. Além de ter trabalhado nas melhores cozinhas e bares de Londres e da Grécia. Participou de renomados cursos na área e compartilhou o seu conhecimento com seus alunos pela Europa. Por ser apaixonado pelo seu país, encontrou por meio da escrita uma forma de compartilhar com os brasileiros o seu conhecimento sobre viagens, história, cultura, mitologia grega e culinária geral, trazendo o melhor da Grécia para vocês.

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