A busca por novos mundos além do nosso sistema solar trouxe descobertas muito interessantes nos últimos anos. Uma das mais recentes e intrigantes é o sistema TOI-1136, situado a cerca de 276 anos-luz da Terra. Este sistema, que abriga pelo menos seis exoplanetas confirmados, desperta o interesse de astrônomos por suas características únicas e pela possibilidade de oferecer pistas valiosas sobre a formação de planetas. Mas, o que essa descoberta realmente representa para a ciência?
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O que são exoplanetas?
Exoplanetas, também chamados de planetas extrassolares, orbitam estrelas fora do nosso sistema solar. Eles variam em tamanho, composição e condições atmosféricas, desde gigantes gasosos como Júpiter até planetas rochosos semelhantes à Terra. Descobertas de exoplanetas ampliam nosso entendimento sobre a diversidade dos sistemas planetários no universo e a possibilidade de vida fora da Terra.
No caso do TOI-1136, os planetas identificados pertencem à categoria de “Sub-Netunos”. Isso significa que são maiores que a Terra, mas menores que Netuno, com massas entre 3,5 e 9,7 vezes maiores que a do nosso planeta. Esses corpos celestes orbitam sua estrela em períodos curtos, completando uma volta em torno dela em menos de três meses.
O Sistema TOI-1136 e sua estrela jovem
TOI-1136 é uma estrela anã que chamou a atenção por sua juventude — com apenas 700 milhões de anos, ela é significativamente mais nova do que o nosso Sol, que possui 4,5 bilhões de anos. Essa característica faz dela um laboratório natural para estudar como os planetas evoluem logo após sua formação. No entanto, a coleta de dados enfrenta desafios. A estrela apresenta intensa atividade magnética, incluindo manchas solares e erupções frequentes, o que complica as medições precisas.
Os planetas do sistema orbitam muito perto de TOI-1136, em trajetórias semelhantes às de Mercúrio ao redor do Sol. Apesar dessa proximidade, que os coloca fora da zona habitável (a área onde as condições poderiam permitir a existência de água líquida), eles oferecem informações valiosas sobre a dinâmica gravitacional e as atmosferas de planetas próximos a suas estrelas.
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Como os planetas foram descobertos?
A descoberta foi possível graças ao telescópio espacial TESS (Transiting Exoplanet Survey Satellite). Lançado em 2018, o TESS tem como missão identificar novos exoplanetas monitorando a diminuição de brilho das estrelas quando planetas passam em frente a elas, um fenômeno conhecido como trânsito.
Além disso, telescópios terrestres complementaram a pesquisa utilizando a técnica de velocidade radial, que detecta pequenas oscilações no movimento da estrela causadas pela atração gravitacional dos planetas. Esses métodos combinados permitiram calcular não apenas o tamanho, mas também as massas e órbitas dos planetas do TOI-1136.
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O que torna TOI-1136 único?
Este sistema planetário se destaca por sua configuração compacta e pela interação gravitacional entre os planetas. Estudos indicam que os planetas têm órbitas sincronizadas, um fenômeno conhecido como ressonância orbital, que ajuda a estabilizar o sistema ao longo do tempo. Essa característica é rara e oferece insights importantes sobre a formação e evolução de planetas.
A pesquisa também sugere que pode haver um sétimo planeta no sistema, embora sua existência ainda não tenha sido confirmada. Se for detectado, ele provavelmente terá uma massa significativamente maior do que os seis já identificados, o que o tornaria ainda mais intrigante para os cientistas.
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Os cientistas continuam a estudar TOI-1136 para entender melhor suas peculiaridades. Tecnologias emergentes, como o Telescópio Espacial James Webb, prometem fornecer dados mais detalhados sobre as atmosferas desses planetas e sobre sua composição química.
Além disso, o sistema pode ajudar a refinar os modelos teóricos de formação planetária. Ele reforça a ideia de que os sistemas planetários podem ser extremamente variados, com configurações muito diferentes do que vemos no nosso sistema solar.
Com sistemas como TOI-1136, a astronomia se torna uma exploração do desconhecido. Além de se tornar também uma celebração da engenhosidade humana na busca por respostas.