Halva: veja o tradicional doce que os gregos comem na quaresma e seus tipos

Você já visitou a Grécia ou tem alguma conexão com a culinária mediterrânea? Então, provavelmente já ouviu falar do halva. Esse doce simples, mas incrivelmente saboroso, tem uma história longa e cheia de curiosidades. Inclusive, ele se espalhou para diferentes regiões do mundo. Hoje, é um alimento especial na cultura grega, especialmente durante a Quaresma.

O que é Halva?

Halva é um doce feito com ingredientes básicos, mas que pode ter muitas variações. A versão mais comum na Grécia é a feita com tahine (pasta de gergelim), açúcar e alguns aromatizantes como baunilha ou cacau. Esse tipo tem uma textura quebradiça e granulada, que se desmancha na boca. Mas há outras versões, como a feita com semolina, que é cozida com açúcar e óleo, resultando em um doce mais macio e cremoso.

Outra variação famosa é o “Halvas Farsalon”, feito com amido de milho e muita manteiga, dando a ele uma textura gelatinosa e brilhante. Essa versão, no entanto, não é consumida durante a Quaresma, já que contém ingredientes de origem animal.

A origem do doce grego Halva

A palavra “halva” vem do árabe “halwa”, que significa doce. Sua história não é completamente clara, pois muitos países reivindicam a criação dessa delícia. Alguns historiadores acreditam que ele surgiu na Pérsia (atual Irã), enquanto outros dizem que ele apareceu no mundo árabe por volta do século VII.

A primeira receita escrita de halva foi encontrada em um livro de culinária árabe do século XIII. Com o tempo, o doce se espalhou pelo Império Otomano e ganhou diferentes versões na Turquia, Grécia, Egito, Índia e outras regiões. Cada lugar adaptou a receita conforme os ingredientes locais e os hábitos alimentares de sua cultura.

Halva na cultura grega

O halva de pistache é muito tradicional na quaresma grega. Foto: Freepik.

Na Grécia, o halva de tahine se tornou um alimento essencial durante a Quaresma. Como ele não contém ingredientes de origem animal, é uma opção popular entre aqueles que seguem a dieta ortodoxa grega nesse período. Ele é frequentemente servido com nozes, amêndoas, pistaches ou coberto com chocolate amargo.

O halva também é consumido em outras ocasiões especiais, como funerais e aniversários, sendo considerado um alimento simbólico de memória e partilha.

Tipos de halva e suas variações

Existem muitas formas de preparar e consumir o halva ao redor do mundo:

1. Halva de tahine

O halva de tahine é um dos mais famosos doces gregos. Foto: Freepik.

Feito com pasta de gergelim e açúcar, tem textura quebradiça e pode conter chocolate, baunilha ou castanhas.

2. Halva de semolina

Halva de semolina.

Mais macio e úmido, preparado com semolina, açúcar, óleo e água.

3. Halvas Farsalon

O halvas Farsalon tem um toque caramelizado que é uma delícia.

Gelatinoso e feito com amido de milho, manteiga e açúcar caramelizado.

3. Halva turco (Pismaniye)

O halva turco é bem característico.

Feito com farinha torrada e puxado como algodão-doce.

4. Halva indiano

O halva indiano pode ter diversos formatos e inclusive é comum que acrescentem a ele diversas especiarias.

Geralmente preparado com farinha de grão-de-bico, ghee e especiarias como cardamomo.

Coisas que você provavelmente não sabia sobre o Halva

O halva é tão querido que pode ser encontrado em supermercados e docerias de vários países. Além disso, o seu consumo vai bem além da Quaresma, pois o halva também é consumido em festividades judaicas e muçulmanas.

E, se você não é muito fã de açúcar, é importante saber que, atualmente, fabricantes criam versões com ingredientes mais saudáveis, como mel, stevia e açúcar mascavo.

Por fim, dentre os seus diversos tipos, o halva de tahine se destaca, pois requer um processo de amassamento especial para obter sua textura característica.

Agora você já sabe que o halva é um doce cheio de história e significado.Tanto na Grécia quanto na Turquia e na Índia, assim como em qualquer outro lugar, ele continua sendo uma sobremesa deliciosa que muitos adora. Inclusive, se você nunca experimentou, vale a pena provar essa delícia tradicional e sentir um pedaço da história em cada mordida.

  • Grego, morou na Grécia por quase toda a sua vida e em Londres por 3 anos. Trabalhou como Bar Manager, Bartender e Barista em Londres e na Grécia. Além de ter trabalhado nas melhores cozinhas e bares de Londres e da Grécia. Participou de renomados cursos na área e compartilhou o seu conhecimento com seus alunos pela Europa. Por ser apaixonado pelo seu país, encontrou por meio da escrita uma forma de compartilhar com os brasileiros o seu conhecimento sobre viagens, história, cultura, mitologia grega e culinária geral, trazendo o melhor da Grécia para vocês.

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