Não é de hoje que a Grécia é famosa pelo seu mar incrível e pelas suas Ilhas Gregas estonteantes. Mas, o que muitos não sabem é que alguns lugares escondem naufrágios incríveis. E, no fundo do mar próximo à ilha de Dokos, na Grécia, você encontra um dos achados arqueológicos mais antigos do mundo: os restos de um navio que naufragou há cerca de 4.200 anos, durante o período Heládico Antigo (2700-2200 a.C.). Esse naufrágio é o mais antigo já registrado e oferece uma janela rara para o comércio marítimo na região naquela época. Então, confira mais detalhes sobre esse naufrágio na Ilha de Dokos logo abaixo.
Leia mais: Atlântida perdida de Platão existiu ou é um mito? Veja as descobertas
O naufrágio da Ilha de Dokos
O naufrágio foi localizado em 1975 pelo arqueólogo submarino americano Peter Throckmorton. Os destroços estão a uma profundidade de 15 a 30 metros, em um ponto estratégico próximo à ilha de Hydra, no golfo Sarônico. O local é de grande importância arqueológica, pois não sofreu interferências de civilizações posteriores, permitindo uma análise praticamente intacta dos objetos encontrados.
Devido ao tempo, os materiais orgânicos do navio, como madeira, não resistiram, restando apenas objetos de cerâmica que eram transportados como carga. Além disso, nele, os pesquisadores encontraram mais de 500 itens, incluindo vasos, urnas e recipientes variados, o que indica que o navio provavelmente fazia parte de uma rota comercial.
Os artefatos incluem tipos de cerâmicas típicos da época, como ânforas, tigelas, e recipientes conhecidos como “sauceboats”, usados possivelmente para armazenar líquidos. Essas peças foram comparadas a exemplares semelhantes encontrados em regiões da Grécia Central e do Sul, incluindo Lerna e as ilhas Cíclades, sugerindo uma ampla rede de comércio que ligava diversas partes da Grécia antiga.
Leia mais: Múmia de 3.000 anos intriga especialistas: entenda o que aconteceu
A rota comercial e as atividades do navio da Ilha de Dokos
Estudos sugerem que o navio seguia uma rota comercial importante, conectando a Eubeia, o golfo Argólico e o Sarônico. Acredita-se que a embarcação vinha da região ao norte de Atenas, carregada de cerâmicas produzidas nas ilhas Cíclades. Provavelmente, o navio encalhou ao tentar acessar o porto, o que levou ao naufrágio e à perda de toda a carga.
Além das cerâmicas, os pesquisadores encontraram pesos de moinho, utilizados como lastro, e âncoras de pedra que podem ser as mais antigas já descobertas. Próximo ao local, dois blocos de pedra com buracos perfurados possivelmente funcionavam como âncoras primitivas. Isso ajuda a entender melhor as técnicas de navegação e os recursos usados para estabilizar embarcações na Antiguidade.
Leia mais: Ponta do Pai Vitório: o lugar escondido no Brasil que muitos brasileiros não conhecem
Um tesouro arqueológico e histórico
A importância do naufrágio de Dokos vai além dos artefatos em si. Ele representa uma evidência concreta das práticas de comércio marítimo da época, sugerindo que a navegação e o comércio eram atividades já bem desenvolvidas no período Heládico Antigo. O naufrágio tanto confirma a existência de rotas comerciais entre as regiões gregas, como dá pistas sobre a vida econômica e cultural da época.
E aí, você já tinha ouvido falar nos naufrágios que algumas Ilhas Gregas escondem? A Grécia não para de nos surpreender e, acredite, esse naufrágio da Ilha de Dokos é somente um dos muitos tesouros que temos no meu país!