O eclipse solar que vai durar mais de 7 minutos e já tem data marcada

Os eclipses solares sempre despertaram curiosidade e admiração. São momentos raros em que a Lua se coloca exatamente entre a Terra e o Sol, criando um espetáculo de sombra e luz. Entre todos os já previstos pela ciência, um em especial chama a atenção: o eclipse solar mais longo da história recente, programado para 16 de julho de 2186. Embora ainda faltem mais de 150 anos, astrônomos já destacam sua importância e características únicas.

O que torna esse eclipse tão especial

A previsão é de que esse eclipse total dure 7 minutos e 29 segundos em sua fase de totalidade, superando todos os registros conhecidos nos últimos 10 mil anos. Para comparação, o recorde atual aconteceu em 2009, quando o fenômeno durou cerca de 6 minutos e 39 segundos.

A explicação para tamanha duração está em uma combinação rara de fatores astronômicos. Na data prevista, a Terra estará em seu afélio, o ponto mais distante do Sol em sua órbita anual, fazendo o astro parecer um pouco menor. Ao mesmo tempo, a Lua estará em seu perigeu, o ponto mais próximo da Terra, aparentando maior tamanho no céu. Essa coincidência permitirá que o satélite cubra o disco solar por mais tempo.

Outro elemento importante é a posição da trajetória da sombra: o eclipse vai acontecer próximo ao equador, onde a geometria da Terra e a velocidade de rotação favorecem eclipses mais longos.

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Onde poderá ser observado

O eclipse de 2186 terá sua trajetória principal sobre o oceano Atlântico, mas também poderá ser visto em partes da América do Sul, da África Ocidental e do Caribe. O Brasil estará entre os países contemplados, principalmente a região Norte, que terá um dos melhores pontos de observação. Além disso, países como Guiana Francesa, Gana e Togo também estarão na rota privilegiada.

Quem estiver nessas regiões poderá vivenciar mais de sete minutos de escuridão em pleno dia, algo extremamente raro e que dificilmente se repetirá em muitas gerações. É um espetáculo que, infelizmente, só será acompanhado por quem estiver vivo no século XXII, mas já desperta planos da comunidade científica para seu monitoramento.

O que esperar antes disso

Apesar de o eclipse de 2186 ser o mais longo, ainda neste século há eventos importantes no calendário astronômico. Em 2 de agosto de 2027, por exemplo, ocorrerá o eclipse solar total mais longo do século XXI, com até 6 minutos e 23 segundos de totalidade em alguns locais. Esse fenômeno será visível em regiões da Europa, norte da África e Oriente Médio, passando também pela Grécia em sua forma parcial.

No Brasil, embora eclipses totais não sejam tão comuns, algumas cidades já tiveram e ainda terão a chance de presenciar fases parciais ou totais em datas específicas. Esses eventos costumam atrair tanto curiosos quanto turistas, que buscam unir ciência e contemplação da natureza.

Eclipses solares prolongados já marcaram a história. Em 22 de julho de 2009, milhões de pessoas na Ásia testemunharam um dos mais longos do século XXI, com mais de seis minutos de totalidade. Antes disso, em 1955, um eclipse durou mais de sete minutos, tornando-se um dos maiores do século XX.

Ainda mais distante no tempo, registros históricos indicam eclipses com duração próxima à prevista para 2186. Isso mostra como fenômenos desse porte são raríssimos e dependem de alinhamentos muito específicos.

Preparativos para observar com segurança

Infelizmente, provavelmente não conseguiremos ver esse eclipse do Brasil.

Mesmo sendo eventos espetaculares, é preciso cuidado ao observar eclipses. Olhar diretamente para o Sol sem proteção pode causar danos sérios à visão. A recomendação é usar sempre óculos especiais certificados. Apenas durante os minutos em que o Sol estiver completamente coberto pela Lua — a chamada fase de totalidade — é seguro olhar sem proteção. Fora desse intervalo, a proteção é indispensável.

Em países como Brasil e Grécia, observatórios e associações de astronomia costumam organizar eventos abertos ao público, oferecendo não apenas segurança, mas também explicações didáticas sobre o que está acontecendo no céu.

O Brasil terá papel de destaque no eclipse de 2186, já que parte de sua região Norte estará no caminho da sombra. A Grécia, por sua vez, terá uma oportunidade mais próxima em 2027, quando verá uma versão parcial do fenômeno. Essa coincidência abre espaço para um diálogo entre os dois países no campo do turismo astronômico. Viagens planejadas para acompanhar eclipses se tornaram tendência, movimentando setores como hotelaria, transporte e ciência cidadã.

Assim, brasileiros interessados em acompanhar fenômenos no Mediterrâneo podem considerar a Grécia como destino em 2027. Da mesma forma, gregos e outros europeus terão no Brasil, em 2186, um dos pontos centrais de um evento histórico. Essa conexão amplia não apenas o interesse científico, mas também as oportunidades culturais entre as duas nações.

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Uma contagem regressiva que já começou

Embora ainda distante, o eclipse solar de 2186 já é tema de estudo. Observatórios de diferentes continentes elaboram planos para acompanhar o fenômeno, aproveitando os avanços tecnológicos que devem surgir até lá. Satélites, telescópios e sistemas de transmissão certamente permitirão registros mais detalhados do que os atuais.

Enquanto isso, eventos como o de 2027 mantêm viva a curiosidade e permitem que a população tenha contato direto com a astronomia. Afinal, eclipses são lembretes visíveis de como estamos conectados ao movimento dos astros e ao tempo cósmico.

  • Grego, morou na Grécia por quase toda a sua vida e em Londres por 3 anos. Trabalhou como Bar Manager, Bartender e Barista em Londres e na Grécia. Além de ter trabalhado nas melhores cozinhas e bares de Londres e da Grécia. Participou de renomados cursos na área e compartilhou o seu conhecimento com seus alunos pela Europa. Por ser apaixonado pelo seu país, encontrou por meio da escrita uma forma de compartilhar com os brasileiros o seu conhecimento sobre viagens, história, cultura, mitologia grega e culinária geral, trazendo o melhor da Grécia para vocês.

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