Durante muito tempo, falar de perfumes no Brasil era quase sinônimo de mencionar marcas consagradas como O Boticário e Natura. Porém, em 2025, uma fragrância simples e inesperada roubou a cena, conquistando milhares de brasileiros pelo olfato, e pelo bolso. Custando menos de R$ 50 o frasco de 25 ml, o chamado “Perfume do Cebolinha”, da Jequiti, tornou-se um dos itens mais procurados do ano. O que parecia apenas um produto infantil virou fenômeno nacional. Mas o que está por trás desse sucesso?
Da prateleira discreta ao estrelato no TikTok
O perfume foi lançado em 2022 com uma proposta aparentemente modesta: uma fragrância inspirada no famoso personagem Cebolinha, da Turma da Mônica. Inicialmente direcionado ao público jovem, o produto ganhou repercussão apenas dois anos depois, quando um influenciador digital relatou uma experiência inesperada.
Renan Garbuio Gandara, conhecido por resenhas de perfumes e comportamento nas redes sociais, comentou em um vídeo que nunca havia recebido tantos elogios usando fragrâncias de grife. Apesar de já ter usado perfumes que ultrapassam R$ 1.200, foi o aroma do Cebolinha que atraiu comentários positivos por onde passou. A repercussão foi imediata. O vídeo viralizou e, em poucos dias, o perfume desapareceu das prateleiras.
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A fórmula do sucesso: cheiro, preço e memória afetiva
O Perfume do Cebolinha é um exemplo claro de como preço acessível e uma identidade cultural forte podem criar uma conexão inesperada com o consumidor. Além do apelo nostálgico do personagem, a fragrância oferece uma combinação olfativa que agrada a muitos.
Seu perfil é do tipo “fougère refrescante”, conhecido por unir frescor e elegância. As notas de saída são cítricas, com destaque para limão e bergamota, acompanhadas de um toque frutado de pêssego. Já as notas de fundo são amadeiradas, com âmbar e musk, o que confere maior fixação e uma sensação mais sofisticada.
Essa mistura leve e marcante resulta em um perfume que pode ser usado no dia a dia, em climas quentes, sem perder presença. E tudo isso por um preço que, atualmente, é difícil de encontrar em produtos similares.
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Impacto nas redes sociais e nos estoques
Perfume do Cebolinha.
Após o sucesso do vídeo viral, o Perfume do Cebolinha virou tema frequente nas redes sociais. No X (antigo Twitter), comentários bem-humorados se espalharam: “cheiro de testosterona”, “tem cheiro de cafajeste”, “é babado mesmo”. A repercussão espontânea entre usuários comuns ajudou a consolidar ainda mais a popularidade do produto.
O impacto foi tão grande que a Jequiti precisou reabastecer os estoques às pressas em março deste ano. Segundo a diretora de marketing da empresa, Larissa Fontanini, a nova leva superou até as expectativas anteriores. O CEO da marca, Eduardo Ribeiro, comentou que o sucesso se deve à combinação entre entretenimento e acessibilidade, apostando na força emocional dos personagens nacionais e no poder de compra do consumidor médio.
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A ascensão do Perfume do Cebolinha também tem a ver com uma tendência que aparece com força nos últimos anos: a valorização de produtos que entregam uma boa experiência sem ostentação.
Esse perfume não tenta se passar por um produto de luxo, mas também não perde em qualidade ou presença. É simples, direto e conectado com o cotidiano de quem busca bem-estar sem excessos. E, para muitos brasileiros, representa a possibilidade de se sentir bem consigo mesmo mesmo em tempos mais apertados.
Atualmente, o Perfume do Cebolinha pode ser encontrado nos canais de venda da Jequiti, como o site oficial e com consultoras da marca. Além disso, é possível adquiri-lo diretamente pela Amazon. Mas vale um aviso: a procura continua alta, então não é incomum encontrar o produto esgotado.
Mesmo que você nunca tenha sido fã da Turma da Mônica, experimentar essa fragrância pode ser uma experiência surpreendente. E se você, como eu, é estrangeiro morando no Brasil, esse tipo de produto ajuda a entender melhor os hábitos locais, a cultura do autocuidado e a importância da memória afetiva na vida cotidiana brasileira.
Mais do que um perfume barato, trata-se de um fenômeno cultural e de consumo que mistura humor, nostalgia e praticidade. Em um frasco de menos de R$ 50, muita coisa acontece — inclusive, boas histórias para contar.