Com a mudança de cenário do turismo, principalmente após a pandemia, muitos dos destinos mais procurados do mundo passaram a enfrentar um novo problema: o excesso de visitantes. Algumas cidades e praias europeias passaram a adotar medidas inusitadas e, em alguns casos, bastante rígidas, para controlar a presença massiva de turistas e proteger suas paisagens naturais e qualidade de vida local.
De restrições curiosas a multas surpreendentes, veja algumas das normas mais peculiares que foram implementadas nos últimos anos para conter o turismo em massa:
1. Nada de toalhas nas praias da Sardenha (Itália)
Na Sardenha, especialmente na famosa praia de La Pelosa, os visitantes agora precisam seguir regras bem específicas. Para proteger a areia branca e evitar a degradação causada pelo turismo, as autoridades locais proibiram o uso direto de toalhas no solo. Desde 2023, é obrigatório usar esteiras próprias ou tapetes sob as toalhas, além de agendar a visita com antecedência. A medida foi mantida em 2024 e segue válida em 2025.
2. Multas por pisar em praia protegida
Também na Sardenha, a praia Spiaggia Rosa, localizada na ilha de Budelli, é um paraíso preservado onde o acesso está rigorosamente proibido. Pisar ali pode render uma multa de até €500. E se alguém for flagrado tentando levar areia rosa como “lembrança”, o valor pode subir para €3.500.
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3. Tocou música alta na praia? Pode pagar €36 mil em Portugal
Em 2023, a Autoridade Marítima Nacional de Portugal passou a aplicar multas pesadas para quem insistir em usar caixas de som com volume elevado nas praias. A legislação continua ativa e permite punições que vão de €200 a €4.000 para indivíduos, podendo chegar a impressionantes €36.000 para grupos ou reincidentes. O objetivo é manter o sossego e o bem-estar de todos nas faixas litorâneas.
4. Nada de futebol ou barracas improvisadas em praias portuguesas
Ainda em Portugal, as regras de convivência nas praias foram ampliadas. Jogos com bola, como futebol ou vôlei, estão proibidos fora das áreas delimitadas. O mesmo vale para a montagem de tendas e barracas improvisadas fora das zonas oficiais de camping.
5. Em Portofino, Itália, fazer selfies pode sair caro
A pequena e charmosa cidade de Portofino, na Riviera Italiana, adotou uma medida curiosa: durante o verão, zonas de “espera proibida” foram criadas para evitar aglomerações de turistas tirando selfies nos pontos mais populares. Entre 10h30 e 18h, quem for flagrado parado por muito tempo nas áreas sinalizadas pode ser multado em €270. A medida foi aplicada inicialmente em 2023 e voltou em 2024 e 2025, devido ao alto fluxo de visitantes.
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6. Cercas em Hallstatt, na Áustria, para afastar turistas
Inspiradora de cenários como o do filme Frozen, a cidade alpina de Hallstatt, na Áustria, virou parada obrigatória para selfies. Em 2023, moradores ergueram uma cerca de madeira para bloquear um dos pontos mais fotografados da cidade. A barreira foi temporária e acabou sendo retirada após repercussão negativa nas redes sociais, mas simbolizou o nível de desconforto que o turismo em massa pode causar à população local.
7. Placas falsas para afastar turistas em Maiorca, Espanha
Um dos casos mais curiosos surgiu em 2023 nas praias de Maiorca, onde ativistas colocaram placas falsas em inglês alertando para “águas-vivas”, “esgoto” ou “quedas de rochas”. A intenção era afastar turistas estrangeiros, principalmente os que não falavam catalão. Nas letras miúdas, as placas revelavam a mensagem verdadeira: “O problema não é a queda de rochas, é o turismo em massa”. A campanha gerou polêmica e segue como símbolo do desgaste entre moradores e o turismo descontrolado.
Se você planeja viajar, vale ficar atento às regras locais, que podem ser bem diferentes do esperado. Afinal, a preservação do paraíso também exige consciência do visitante.