O seguro que você usa hoje veio da Grécia e a gente pode provar!

Mesmo na antiguidade, golpes e esquemas fraudulentos envolvendo apólices já eram comuns

O seguro é um meio de proteção importante contra perdas, onde uma parte concorda em indenizar a outra por uma perda, dano ou até morte. Apesar de muitos acreditarem que esse tipo de contrato surgiu com o Direito Moderno, sua origem não é nada recente. De acordo com historiadores, ele tem raízes profundas na Grécia Antiga, mas com características bastante específicas da época. 

O seguro na antiguidade Grécia Antiga

Hoje em dia, as redes de seguro contam com regras complexas para o cumprimento do acordo. Já na Grécia Antiga, a prática era quase uma mistura entre um empréstimo e a apólice.

Nesse caso, eram contemplados aqueles que trabalhavam em uma das atividades mais perigosas da época, o comércio marítimo. Apesar de contar com cidades e portos importantes para a navegação, a região ainda sofria com muitos problemas, como pirataria e, claro, condições meteorológicas adversas.

Por esse motivo, eles inventaram o “bottomory”, que insistia em empréstimos sob a condição de que o reembolso, com juros substanciais, dependia da chegada segura de seus navios ao destino. Caso houvesse algum acidente, o credor (geralmente as cidades-estados), lidavam com a perda.

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A importância dos templos para os riscos financeiros

Além dos empréstimos e leis marítimas, a Grécia Antiga via seus templos não apenas como lugares de adoração, mas como centros para a proteção da riqueza dos comerciantes e marinheiros. Eles atuavam como cofres sagrados, onde esses indivíduos podiam depositar seus bens, garantindo uma espécie de poupança em momentos de crise financeira.

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Os golpes já existiam

Os gregos antigos não só estabeleceram para a base para seguros marítimos modernos, mas também para as primeiras fraudes nesse campo. Pouco tempo após a invenção do “bottomory”, os marinheiros perceberam que muitas vezes era vantajoso aproveitar a compensação de risco. 

Logo, proprietários de navios alegavam falsamente naufrágios, enquanto escondiam seus barcos em portos secretos para reivindicar o seguro. Em alguns casos, também ocorria o naufrágio proposital, como no esquema montado por Hegestratos e Xernothemis.

Esses dois homens, ao contratar uma seguradora de Siracusa, informaram que fariam um carregamento de milho até Atenas, mas a embarcação zarpou vazia da cidade. Até então, o plano era afundar o barco, voltar à costa em uma jangada e embolsar o seguro. 

No entanto, no terceiro dia, outros tripulantes ouviram batidas no porão. Lá, descobriram Hegestrados tentando sabotá-los. Com medo de uma revolta, o marinheiro pulou no mar e acabou se afogando.

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