Gostando de geografia, ou não, com certeza você já teve que estudar os continentes. E, no meio desse estudo, com certeza se lembra também do seu processo de formação, das placas tectônicas e dos abalos sísmicos associados. Com a separação dos continentes, alguns oceanos foram se formando e, recentemente, o que vem chamando a atenção da mídia é que um novo oceano pode estar em formação.
Isso porque, a África está passando por um processo geológico que, ao longo de milhões de anos, resultará em uma grande transformação. Dessa forma, esse processo deve levar à formação de um novo oceano. Esse fenômeno ocorre devido ao movimento das placas tectônicas e ao enfraquecimento da crosta terrestre em regiões específicas do continente. Conhecido como Vale da Fenda Africana, esse rasgo tectônico atravessa várias regiões, incluindo a Etiópia, onde se expande cerca de meio centímetro por ano.
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Entendendo a formação do novo oceano
Para entender esse processo, é importante saber o que é o Vale da Fenda Africana. Dessa forma, esse grande vale é uma zona de separação onde a crosta terrestre está se afastando devido à pressão vinda do manto terrestre, o que cria uma série de fissuras e depressões. Esse processo é semelhante ao que formou os continentes modernos, após a separação da Pangeia, cerca de 200 milhões de anos atrás. Na África, essa separação ainda está em estágio inicial, mas já mostra sinais claros de que o continente está “se partindo” em duas grandes porções, que eventualmente darão origem a um novo oceano.
No leste da África, onde o fenômeno é mais ativo, o movimento tectônico está criando falhas que gradualmente se alargam. Essas falhas geológicas formam vales que são preenchidos por magma e, em longo prazo, por água oceânica, conforme a crosta continua a se abrir. Regiões como o norte da Etiópia apresentam as maiores áreas de fragilidade, indicando que, no futuro, países como Somália, Quênia e Moçambique poderão se tornar ilhas isoladas da África continental.
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Estudos e projeções científicas em relação à formação do novo oceano
Pesquisadores como o geólogo Folarin Kolawole, da Universidade de Columbia, vêm estudando as fissuras que se estendem desde a Etiópia até áreas ao sul, como Botsuana e Namíbia, e apontam que o continente africano poderá se fragmentar ainda mais ao longo dos séculos. Estudos mostram que Madagascar, por exemplo, também está propenso a se dividir em duas partes, conforme a pressão tectônica continua. Apesar de tudo, essa transformação é lenta e só deverá ocorrer completamente em milhões de anos, mas os primeiros sinais dessa separação já estão sendo observados em várias regiões.
Embora o fenômeno não seja visível no dia a dia, ele traz implicações geológicas e ambientais de longo prazo. A formação desse novo oceano poderá alterar o clima, modificar ecossistemas e criar novas correntes marítimas. Além disso, a transformação da África em um arquipélago de ilhas impactará profundamente as interações entre os continentes e a biodiversidade local, já que o isolamento geográfico tende a favorecer a evolução de espécies distintas.
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