Desde o final de janeiro de 2025, Santorini vem registrando uma série de tremores que preocupam moradores, turistas e autoridades. Essa sequência sísmica, composta por centenas de abalos de diferentes intensidades, tem origem tectônica, ou seja, causada por movimentações nas placas terrestres, e não por qualquer atividade vulcânica.
Onde se concentram os abalos sísmicos das Ilhas Gregas
A maior parte dos tremores ocorre entre as ilhas de Santorini, Amorgos e Anafi, especialmente na área marítima ao redor do pequeno ilhéu de Anydros. Os registros mostram que várias dezenas desses tremores superaram magnitude 4, e alguns chegaram a 5, com o mais forte registrado em 10 de fevereiro com magnitude 5,3.
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Uma questão de placas tectônicas, não de vulcões
Cientistas reforçaram que os tremores têm origem em falhas geológicas ativas, como a falha de Amorgos, e não estão ligados ao vulcão de Santorini, que permanece inativo há milênios, nem a Kolumbo, o vulcão submarino próximo.
Estudos mais técnicos indicam que a crosta na região é marcada por várias falhas e caminhos pelos quais fluidos podem ascender, aumentando a atividade sísmica sem necessariamente vir associada a magmatismo.
Especialistas explicam que esses movimentos tectônicos podem suscitar tremores variados em intensidade e frequência, complicando a previsão dos próximos passos.
Medidas preventivas e estado de emergência
Diante da repetição dos tremores, as autoridades reagiram rapidamente. Escolas em Santorini, Amorgos, Anafi e Ios foram fechadas por alguns dias; hotéis e residentes foram orientados a drenar piscinas, evitar grandes portos como Ammoudi, Armeni, Korfos e o porto de Fira, além de se afastarem de falésias e pontos costeiros em caso de tsunami.
Equipes de resgate, incluindo batalhões especializados e cães farejadores, foram destacadas nessas ilhas. Tendas foram montadas em quadras e estádios para abrigar essas equipes, e as evacuações ocorreram por mar e ar. Aproximadamente 9.000 pessoas deixaram Santorini, que tem cerca de 15.500 habitantes. O governo declarou estado de emergência em Santorini, e depois em Amorgos, o que permitiu mobilização rápida de equipes da defesa civil, bombeiros, coast guard e forças militares.
O que se sabe sobre o risco futuro de terremotos
Pesquisadores afirmam que a evolução da atividade segue dois cenários principais: pode ser um “enxame sísmico”, onde vários tremores médios ocorrem sem que venha um grande abalo principal, ou pode ocorrer um evento maior conforme o estresse acumulado seja liberado.
O geólogo Efthymis Lekkas assegura que um terremoto de magnitude semelhante ao de 1956 (cerca de 7,5) é improvável no momento, pois medidas geológicas mostram que falhas como a de Amorgos precisam de milênios para acumular energia suficiente para tais impactos.
Ainda assim, especialistas observam que tremores de magnitude entre 5 e 6 podem ocorrer, dependendo da energia residual no sistema de falhas.
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O histórico de Santorini e Amorgos
Santorini tem um passado marcado por devastadores terremotos e tsunamis, sendo o maior registrado na década de 1950, com magnitude entre 7,5 e 7,8. Ele matou dezenas de pessoas, destruiu infraestrutura e provocou um tsunami local, lembrando que a região possui vulnerabilidades geológicas significativas.
A geologia local, com falhas, vulcões e instabilidade costeira, exige atenção permanente. Especialistas relatam que embora não se espere um desastre à vista, a atenção às medidas preventivas ainda é recomendável.
Como isso afeta moradores e turistas
O episódio teve impacto direto no turismo e na vida diária. Muitos turistas embarcaram em ferries e voos extras em um esforço para deixar a ilha, enquanto residentes ficaram em alerta, preparados para eventualidades.
A temporada turística, especialmente nos meses de verão, teve que lidar com essa fase de instabilidade. Com o tempo, a atividade sísmica diminuiu gradualmente e, no verão europeu, o ambiente voltou a ficar mais tranquilo e receptivo.
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Situação atual (agosto de 2025)
Até o momento, os tremores diminuíram tanto em frequência quanto em intensidade. O período mais crítico ocorreu no início do ano, entre janeiro e março, e as autoridades não identificaram novas crises sísmicas semelhantes desde então. A população e os visitantes retomaram suas atividades com mais tranquilidade, embora o monitoramento científico permaneça ativo.
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