Porto Seguro, no sul da Bahia, é um dos destinos turísticos mais famosos do Brasil. A cidade encanta visitantes de todas as regiões com suas praias extensas, festas tradicionais, patrimônio histórico e clima festivo. Mas, a partir de 2026, quem for visitar o município de carro precisará se preparar para uma novidade: o pagamento de uma taxa obrigatória de ingresso de veículos.
A medida já foi aprovada pela prefeitura e entra em vigor em pouco mais de um ano. Inspirada em modelos adotados em outros pontos turísticos do país, a iniciativa tem como objetivo diminuir o impacto do tráfego urbano, sobretudo nos períodos de maior movimento.
Como será a cobrança?
A taxa será diária e variará conforme o tipo de veículo. De acordo com o projeto, apenas turistas que permanecerem mais de 8 horas na cidade precisarão pagar. O controle será feito por leitura digital das placas na entrada e saída de Porto Seguro, sem barreiras físicas.
Valores previstos:
- Motocicletas: R$ 3 por dia
- Carros de passeio: R$ 9,90 por dia
- Utilitários e caminhonetes: R$ 12,90 por dia
- Vans de excursão: R$ 30 por dia
- Micro-ônibus, caminhões e motorhomes: R$ 45 por dia. Motorhomes estacionados em campings pagarão apenas uma diária, independentemente do tempo de permanência.
- Ônibus de turismo: R$ 70 por dia
- Carretas e cegonhas: R$ 90 por dia
O pagamento poderá ser feito online, após a viagem, em um site oficial ou em postos credenciados na cidade.
Quem terá isenção?
A cobrança não será para todos. Moradores de Porto Seguro, prestadores de serviços cadastrados e motoristas de cidades vizinhas poderão ter isenção total ou parcial, desde que realizem cadastro prévio no sistema da prefeitura.
Visitantes que passarem menos de 8 horas na cidade, em uma visita rápida ou apenas de passagem, também estarão dispensados da taxa.
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O grande problema do trânsito na cidade
Segundo a prefeitura, a principal razão da taxa é controlar o número de veículos circulando em Porto Seguro, que enfrenta congestionamentos frequentes em feriados e férias. O valor arrecadado será direcionado para projetos de mobilidade urbana, preservação ambiental e melhorias na infraestrutura.
A proposta busca equilibrar o turismo de massa com a qualidade de vida dos moradores e a proteção do meio ambiente. Afinal, a cidade recebe centenas de milhares de visitantes por ano e sofre com os impactos típicos desse fluxo intenso: desgaste das vias, pressão sobre serviços públicos e aumento constante do trânsito.
Outras cidades já adotaram medidas semelhantes
Porto Seguro não foi a única praia a aderir à cobrança dessa taxa. Foto: Freepik.
A cobrança de taxas turísticas não é novidade no Brasil. O caso mais conhecido é Fernando de Noronha, que exige há anos a Taxa de Preservação Ambiental, atualmente em R$ 101,33 por dia.
Ilhabela (SP) também retomou recentemente a cobrança da taxa ambiental, paga na saída da ilha, com valores proporcionais ao tipo de veículo. Já cidades como Campos do Jordão e Aparecida, no interior de São Paulo, estudam implementar taxas semelhantes para visitantes que chegam de carro, ônibus ou vans.
Essa tendência acompanha práticas já comuns em destinos internacionais, onde taxas extras de entrada ajudam a controlar o fluxo de turistas e a compensar impactos ambientais e estruturais.
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O que muda para o turista?
Quem for de carro a Porto Seguro precisará incluir esse custo no orçamento da viagem. Em uma estadia de 5 dias com carro de passeio, por exemplo, a taxa chegaria a quase R$ 50. Já um grupo em ônibus fretado pagaria em torno de R$ 350 no mesmo período.
Vale destacar que a taxa não se aplica a quem chega de avião, de ônibus regular ou que se locomove pela cidade usando transporte público, táxi, aplicativos ou a pé. Essa diferença pode incentivar mudanças no perfil de deslocamento, especialmente entre turistas mais preocupados com os gastos.
A criação da taxa em Porto Seguro é mais um passo para conciliar turismo e sustentabilidade. Embora represente um custo extra, a expectativa é que os recursos arrecadados retornem em melhorias para a cidade, beneficiando moradores e visitantes.
O essencial é planejar-se com antecedência, acompanhar os canais oficiais e garantir uma viagem tranquila e bem aproveitada.
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