A Apple implementou recentemente uma mudança significativa na funcionalidade do AirDrop na China, afetando a maneira como os usuários compartilham arquivos e informações. Esta alteração, específica para os dispositivos na China, reflete uma modificação estratégica que já começou a gerar debates sobre o impacto na liberdade de comunicação e privacidade digital no país. Embora a mudança possa parecer uma simples atualização de software, ela levanta questões importantes sobre as implicações dessa limitação em um dos mercados mais controlados do mundo. Portanto, entenda um pouco mais sobre essa história de que a China passará a controlar o uso do AirDrop.
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O que é e como funciona o AirDrop?
AirDrop é uma funcionalidade disponível em dispositivos Apple, como iPhones, iPads e Macs, que permite o compartilhamento rápido e seguro de arquivos entre dispositivos próximos.
Assim, utilizando uma combinação de Bluetooth e Wi-Fi, ele cria uma conexão direta entre os dispositivos, permitindo a transferência de fotos, vídeos, documentos e outros arquivos sem a necessidade de uma conexão com a internet.
Além disso, o sistema funciona identificando dispositivos Apple nas proximidades que tenham o AirDrop ativado e, dependendo das configurações de privacidade, permite que os usuários escolham se querem receber arquivos de “somente contatos” ou de “todos”.
A função é especialmente útil para transferir grandes arquivos sem a perda de qualidade e sem depender de aplicativos de terceiros. Além disso, ela mantém a transferência segura, usando criptografia para proteger os dados compartilhados, o que evita que terceiros interceptem as informações durante o envio.
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A China passará a controlar o uso do AirDrop?
Para quem não sabe, o uso do AirDrop foi limitado na China. Isso porque, em uma atualização do iOS, a Apple restringiu a funcionalidade do AirDrop, permitindo que usuários recebam arquivos de “todos” por apenas 10 minutos.
Após esse período, a configuração retorna automaticamente para “somente contatos”. Essa mudança foi implementada em resposta ao uso do AirDrop por manifestantes na China, que utilizavam a ferramenta para compartilhar informações de forma anônima e contornar a censura do governo.
A limitação, inicialmente aplicada apenas na China, surgiu pouco antes dos protestos contra as rígidas políticas de COVID-19 do governo chinês, onde a ferramenta desempenhou um papel essencial na organização das manifestações. Assim, a Apple justificou a mudança como uma maneira de reduzir o compartilhamento indesejado de arquivos, mas também anunciou planos de expandir essa limitação globalmente em versões futuras do iOS
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Mudança no cenário digital dos chineses
Ademais, o governo chinês tem adotado medidas para controlar a disseminação de mensagens contrárias ao regime político no país, estabelecendo regulamentações que abrangem o uso de tecnologia e a internet.
Recentemente, houve discussões sobre a regulamentação do uso do sistema Bluetooth em dispositivos. A justificativa apresentada em uma consulta pública foi de que essa medida possibilitaria o bloqueio de informações prejudiciais ao Estado.
O compartilhamento de documentos por meio do AirDrop tem sido uma forma utilizada por ativistas para contornar o controle na internet, pois não requer identificação do usuário e dificulta a identificação dos anti-governistas.
Diante desse fato, a empresa americana Apple iniciou um processo de limitação do uso dessa ferramenta. A ação do governo chinês recebeu críticas de ativistas, que a veem como uma tentativa de restringir ainda mais a liberdade de expressão.
A orientação da empresa é que os usuários mantenham seus dispositivos bloqueados para evitar o recebimento de mensagens inadequadas de terceiros. Além disso, eles encorajam a denúncia de pessoas que apresentem tal comportamento.
Alguns aplicativos também tiveram que se adequar às regras estabelecidas para evitar serem removidos do sistema.
Apesar da fiscalização rigorosa na China, algumas pessoas ainda recorrem a outros recursos, como o uso de Redes Privadas Virtuais (VPNs), para adicionar pessoas a grupos que buscam por mudanças no sistema de governo. Embora esse método tenha um alcance mais limitado, é uma estratégia adotada por alguns indivíduos.
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