Quem nunca se perguntou por que parece ser o “alvo favorito” dos mosquitos, enquanto outras pessoas quase não são incomodadas? A ciência vem investigando esse mistério, e alguns estudos recentes ajudam a explicar por que esses insetos mostram tanta seletividade ao escolher suas vítimas.
Um experimento curioso
Pesquisadores dos Estados Unidos e da Zâmbia decidiram observar de perto o comportamento dos mosquitos para entender como eles caçam humanos. Eles montaram uma arena de 20 metros quadrados, liberaram 200 mosquitos e equiparam o espaço com câmeras de infravermelho para registrar cada movimento.
Na arena, diferentes estímulos foram posicionados: recipientes com dióxido de carbono, superfícies aquecidas e até odores humanos coletados em tecidos. O objetivo era ver o que mais despertava o interesse dos insetos.
O resultado foi claro: os mosquitos não agem de forma aleatória. Eles seguem rastros muito bem definidos, usando uma combinação de sinais para encontrar quem picar.
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O papel do odor corporal
Em uma segunda etapa, seis voluntários passaram várias noites em barracas individuais ao redor da arena. O ar exalado de cada pessoa foi direcionado para o centro, permitindo que os cientistas analisassem os componentes químicos do odor corporal. Foi como servir um verdadeiro banquete no “palco” do experimento.
Os mosquitos se mostraram extremamente eficientes em identificar os odores mais atraentes, mesmo em um ambiente amplo. Isso reforça o quanto esses insetos são caçadores habilidosos. A química analítica Stephanie Rankin-Turner, envolvida na pesquisa, destacou a precisão com que eles conseguem rastrear suas presas.
Os sinais que atraem os mosquitos
Os cientistas descobriram que a busca por sangue humano envolve várias pistas sensoriais:
- Dióxido de carbono: é o primeiro sinal que chama a atenção, já que todos nós liberamos CO₂ ao respirar.
- Calor corporal: os mosquitos conseguem detectar a temperatura da pele a até meio metro de distância.
- Odores específicos do corpo: substâncias liberadas pelo suor e pela microbiota da pele podem ser mais ou menos atraentes para os insetos.
- Pistas visuais: cores e movimentos também ajudam, principalmente a distâncias maiores, entre 5 e 15 metros.
- Umidade: a transpiração cria um ambiente favorável para guiá-los até a pele.
Esses sinais não atuam sozinhos, mas em conjunto, como se fossem camadas de informação que o mosquito usa para escolher sua vítima.
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Por que algumas pessoas sofrem mais?
A explicação está justamente nas diferenças individuais de odor corporal. A composição química do suor varia de pessoa para pessoa, e isso faz com que alguns sejam “mais apetitosos” que outros. Fatores como metabolismo, dieta, microbiota da pele e até genética podem influenciar nessa atratividade.
Embora muita gente associe mosquito apenas ao incômodo das picadas, é importante lembrar que algumas espécies são responsáveis por transmitir doenças graves, como a malária, a dengue, a chikungunya e o zika vírus. No caso da pesquisa mencionada, o foco principal foi o mosquito africano da malária, um dos mais perigosos do mundo.
Compreender melhor o que atrai esses insetos pode abrir caminho para novas formas de proteção. Repelentes mais eficazes, roupas tratadas com compostos específicos e até armadilhas baseadas em odores são algumas possibilidades que já estão sendo estudadas.
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