Ao longo dos séculos, o vinho romano foi envolto em um manto de mistério e equívocos. Frequentemente relegado à categoria de bebida rústica e de sabor questionável, a visão moderna o pintava como incongruente e até mesmo ruim ao paladar.
No entanto, uma pesquisa recente revelou uma verdade surpreendente: a bebida tinha um sabor muito mais sofisticado do que se imaginava.
Desvendando os mistérios da vinificação romana
Ao contrário dos tanques de aço inoxidável e barris de carvalho utilizados na produção moderna, os romanos antigos fermentavam seus vinhos em vasilhas de barro chamadas ‘dolias’.
Com isso, a porosidade desses recipientes permitia um contato controlado com o oxigênio, influenciando no sabor final da bebida.
Além disso, o revestimento interno das dolias com piche de resina de pinheiro, prática similar à cera de abelha usada na Geórgia atualmente, limitava a oxidação e conferia notas herbáceas, de frutas secas e nozes ao vinho.
Bem como, a forma oval do recipiente promovia a circulação do mosto durante a fermentação, resultando em um vinho mais rico e equilibrado.
Ademais, por meio da variação do tamanho, forma e posição das dolias, os vinicultores da época obtinham um produto final refinado e com características específicas.
Desse modo, evidências arqueológicas indicam que os romanos dominavam diversas técnicas para controlar as características do vinho, as quais são utilizadas até hoje.
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A ciência confirma a qualidade do vinho romano
De acordo com o estudo recente conduzido por pesquisadores das Universidades do Cardeal Stefan Wyszyński e de Verona, os romanos antigos dominavam técnicas complexas de produção que resultavam em vinhos refinados, apreciados por sua época e capazes de despertar os sentidos mais exigentes.
Para chegar a tal conclusão, a pesquisa comparou as dolias romanas com os qvevri georgianos, revelando semelhanças no sabor, aroma e técnicas de produção.
Sendo assim, além de desmistificar a imagem de amadorismo da vinificação romana, a pesquisa também evidencia a persistência de técnicas milenares na produção de vinhos de alta qualidade.
Com isso, o estudo demonstra a sofisticação da produção vinícola romana, desafiando visões equivocadas e abrindo caminho para uma nova compreensão da história do vinho.
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