Viajar sozinha já deixou de ser apenas um desejo para muitas mulheres e se tornou uma realidade cada vez mais comum. A busca por experiências independentes, tanto em cidades brasileiras, quanto em destinos internacionais como as ilhas gregas, vem crescendo. Pensando nisso, o Ministério do Turismo está preparando um guia específico para apoiar quem decide se aventurar sem companhia. A iniciativa promete trazer informações práticas, estratégias de acolhimento e orientações de segurança que podem transformar o modo como o setor lida com o público feminino.
Uma construção feita a várias mãos
O novo material surge após o lançamento de um guia anterior voltado ao bom atendimento de turistas mulheres. Agora, a proposta se concentra em viajantes solo, reunindo recomendações que abrangem planejamento, saúde, direitos e empoderamento. Para criar um conteúdo próximo da realidade, o ministério abriu um formulário de consulta pública, que recebeu quase 2 mil contribuições de brasileiras de diferentes idades e perfis.
Esse espaço de escuta dá voz a quem já viveu as alegrias e desafios de uma viagem sozinha. São relatos e sugestões que ajudarão a moldar políticas mais inclusivas e a preparar melhor prestadores de serviço e destinos turísticos.
Um dos pontos centrais do guia será a segurança. Esse é, sem dúvida, um dos maiores receios de quem viaja sozinha. A ideia é reunir orientações práticas que possam ser aplicadas desde a escolha do destino até a hospedagem, o transporte e os passeios.
Entre os tópicos previstos estão a importância de compartilhar roteiros com familiares, checar avaliações de hotéis, evitar deslocamentos noturnos em locais pouco movimentados e conhecer os canais oficiais de denúncia em caso de violência ou importunação.
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Planejamento de viagem
O planejamento é o ponto principal de qualquer viagem. Foto: Freepik.
Outro aspecto abordado será o planejamento. Viajar sozinha exige organização redobrada, especialmente para quem vai ao exterior. Questões como documentação, seguro viagem, reserva de hospedagem segura e escolha de meios de transporte confiáveis estarão entre as recomendações.
O guia também deve destacar cuidados básicos de saúde, por exemplo, levar medicamentos de uso contínuo, conferir a necessidade de vacinas e manter contatos de emergência à mão.
Mais do que dicas práticas, a publicação pretende reforçar o acesso a direitos. Isso inclui informações sobre garantias legais que protegem mulheres em viagens, canais de apoio e serviços disponíveis em diferentes localidades. O objetivo é que a viajante não se sinta desamparada em situações inesperadas.
Outro pilar será o empoderamento feminino. Ao destacar histórias de mulheres que já percorreram o mundo sozinhas, o guia quer mostrar que essa experiência pode ser enriquecedora, fortalecendo a confiança e ampliando horizontes pessoais e culturais.
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Turismo mais inclusivo
A criação de um material específico para viajantes solo reflete uma tendência global: a necessidade de tornar o turismo mais inclusivo e atento às diferenças. Além de orientar mulheres, a iniciativa ajuda o setor a compreender melhor quem viaja sozinha e quais são suas expectativas. Isso pode influenciar desde a comunicação de campanhas promocionais até a estrutura de serviços em destinos turísticos.
Escuta em andamento
O formulário de participação, que ficou aberto até 1º de setembro de 2025, foi um passo importante nesse processo. A coleta de experiências reais permitirá que o guia reflita a diversidade de perfis femininos: jovens mochileiras, executivas em viagem de trabalho, mulheres maduras que redescobrem a independência, entre tantas outras.
Essa escuta colaborativa evita que a publicação seja apenas uma lista genérica de recomendações. Pelo contrário, torna possível reunir práticas adaptadas ao dia a dia, desde conselhos de como circular em metrôs lotados até sugestões de como lidar com choques culturais.
Para destinos turísticos brasileiros, o guia pode significar mais preparo para receber mulheres que desejam viajar sozinhas, incentivando a confiança nesse tipo de experiência. Já para quem sonha com roteiros internacionais, como percorrer ruínas gregas, mergulhar no mar Egeu ou se perder pelas ruelas de cidades medievais, as orientações ajudam a planejar uma viagem mais segura e tranquila.
A publicação também abre espaço para que o Brasil se alinhe a práticas já vistas em outros países. Na Europa, algumas iniciativas semelhantes ganharam força ao associar turismo à igualdade de gênero. Agora, o setor turístico brasileiro dá sinais de seguir o mesmo caminho.
Com base nas contribuições já recebidas, o Ministério do Turismo deve consolidar o guia nos próximos meses. A expectativa é que o material fique disponível online, facilitando o acesso de quem está em fase de planejamento ou já com as malas prontas.
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