No Field Museum de Chicago, uma múmia de cerca de 3 mil anos tem intrigado especialistas há décadas. Conhecida como Lady Chenet-aa, uma aristocrata da 22ª Dinastia, sua preservação e os mistérios em torno de seu caixão de cartonnage vêm despertando o interesse de arqueólogos e historiadores. Em outubro de 2024, novas revelações foram feitas após um estudo detalhado utilizando tomografia computadorizada (CT). Então, confira logo abaixo mais informações sobre essa múmia de 3.000 anos do Egito Antigo!
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O enigma do caixão sem junções visíveis
O caixão de Lady Chenet-aa, feito de papiro e gesso, se destacou por não apresentar costuras aparentes. Diferente de outros caixões da época, o de Chenet-aa parecia ser uma peça única, sem sinais de como inseriram a múmia em seu interior. Essa peculiaridade levantou questões sobre as técnicas usadas pelos antigos egípcios para preservar a integridade visual do objeto funerário.
O conservador JP Brown, do Field Museum, explicou que a equipe utilizou um scanner móvel para digitalizar o caixão e entender como a múmia foi colocada nele. Durante quatro dias, cerca de 26 múmias foram transportadas e analisadas, incluindo Chenet-aa. As imagens 3D geradas permitiram desvendar o método detalhado de sua preparação para o sepultamento.
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Técnica elaborada para preservação da múmia de 3.000 anos
A análise revelou que os embalsamadores criaram uma abertura nas costas do caixão, que foi umedecida para se tornar mais flexível. Após a inserção da múmia, fecharam o cartonnage foi fechado com cordas e revestido com gesso, selando o corte de forma quase imperceptível. Essa técnica complexa preservava a aparência lisa do caixão e protegia o corpo. Sendo assim, o deixava pronto para a vida após a morte. O cuidado demonstrado nesse processo reflete a importância que os antigos egípcios davam à preparação para o pós-vida, uma etapa essencial de sua cultura funerária.
A saúde de Chenet-aa e novos detalhes
A tomografia elucidou o mistério do caixão e forneceu mais informações sobre a saúde de Chenet-aa. Os exames revelaram que a aristocrata tinha entre 30 e 40 anos ao morrer, e sua dentição estava em estado precário. Muitos dentes estavam ausentes e os restantes apresentavam desgaste severo. Isso sugere que sua alimentação continha grãos contaminados por areia, uma condição comum para a época, que contribuía para o desgaste dental.
Além disso, identificaram outro detalhe surpreendente em seu crânio: próteses oculares artificiais em suas órbitas. Os olhos verdadeiros estavam ausentes, mas as próteses brilhantes indicam que houve um preparo de Chenet-aa para “enxergar” na vida após a morte. Segundo especialistas, essa prática tinha grande simbolismo, pois acreditava-se que os mortos precisavam estar completos para usufruir plenamente do além.
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A importância cultural da preparação funerária
Os antigos egípcios eram meticulosos em seus rituais fúnebres, acreditando que cada detalhe assegurava o bem-estar na outra vida. A inserção de olhos artificiais na múmia de Chenet-aa reflete essa crença, onde cada parte do corpo e cada objeto tinham um significado e uma função na continuidade espiritual. A preparação era um “investimento” para o futuro, garantindo que a alma pudesse viver e prosperar no além.
Essa abordagem, como comparou Brown, era semelhante a economizar para a aposentadoria: um planejamento cuidadoso para uma existência futura. Os egípcios levavam esse processo a sério. Dessa forma, garantiam a incorporação de elementos simbólicos ao embalsamamento e à preparação dos caixões.
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A tecnologia como ferramenta para a arqueologia
A tomografia computadorizada se mostrou uma ferramenta essencial para a arqueologia moderna, possibilitando a análise minuciosa de artefatos sem danificá-los. No caso de Chenet-aa, o uso da tecnologia trouxe respostas a um mistério de séculos e revelou detalhes sobre a vida e as práticas culturais do Antigo Egito. Essa nova fase de estudos promete aprofundar ainda mais o conhecimento sobre práticas fúnebres, saúde e sociedade da época, abrindo portas para futuros estudos detalhados.
De qualquer forma, especialistas planejam continuar analisando as tomografias para extrair mais informações sobre Chenet-aa e outras múmias. Assim, a expectativa é que novas descobertas sobre técnicas de embalsamamento e os materiais usados ajudem a compreender melhor a evolução dos rituais egípcios e suas influências ao longo dos séculos.
E aí, você já conhecia o mistério dessa múmia de 3.000 anos?
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