A Idade Média foi um período marcado por uma série de crenças e superstições, e uma das figuras mais temidas e perseguidas nessa época eram as bruxas. No entanto, a definição de bruxa variava e nem todas as mulheres acusadas de bruxaria eram realmente praticantes do ocultismo.
Quem eram consideradas bruxas na Idade Média?
A maioria das bruxas era considerada pagã, associada ao trabalho do Diabo. No entanto, muitas eram simples curandeiras naturais, conhecidas como “mulheres sábias”, cuja prática era mal compreendida. Essas mulheres, adeptas de religiões animistas, preparavam poções curativas respeitadas e transmitiam seu conhecimento de geração em geração.
O poder da sugestão era uma ferramenta essencial dessas mulheres, semelhante à abordagem moderna de psiquiatras. Animistas viam magia nos espíritos de árvores, rochas e animais, acreditando que esses seres realizavam curas. Rituais, como oferendas em lagoas para realizar desejos, eram comuns e persistem na cultura atual.
Embora agora saibamos que as ervas contivessem substâncias como aspirina, para os habitantes da Idade Média, essas curas pareciam mágicas. É importante ressaltar que as bruxas não lançavam feitiços como nos contos de fadas; a maioria era composta por mulheres com conhecimento em ervas e práticas de cura.
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Qual era a punição para a bruxaria na Idade Média?
Mais tarde na Idade Média, no século XIV, queimar na fogueira se tornou o método mais comum de executar aqueles acusados de bruxaria ou heresia. Aqueles considerados bruxos ou bruxas passavam, frequentemente, por julgamentos injustos. E a punição era a morte de maneira cruel.
Joana d’Arc e Ana Bolena são duas das bruxas mais famosas da história, mas assim como a maioria daqueles julgados por bruxaria, a histeria em massa e a superstição os condenaram a destinos terríveis. Os ingleses acusaram Joana d’Arc de ser uma bruxa, executaram-na em 30 de maio de 1431, e queimaram seu corpo três vezes.
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A história das bruxas mais famosas na Idade Média
Joana d’Arc
Também conhecida como Jeanne d’Arc, foi uma camponesa francesa nascida em 1412, durante a Guerra dos Cem Anos. Ela afirmava ter visões divinas e ouvir vozes que a instruíam a apoiar Carlos VII da França na retomada do trono francês dos ingleses. Joana desempenhou um papel fundamental ao inspirar as tropas francesas, contribuindo para a vitória na Batalha de Orleans em 1429.
No entanto, os aliados borgonheses dos ingleses capturaram Joana em 1430, despertando suspeitas sobre a sua ascensão. Acusaram-na de heresia, bruxaria e outros crimes religiosos. Após um julgamento controverso, condenaram Joana d’Arc à morte na fogueira e executaram-na em Rouen, França, em 30 de maio de 1431. A Igreja Católica a canonizou postumamente em 1920.
Ana Bolena
Foi a segunda esposa do rei Henrique VIII da Inglaterra e mãe da rainha Elizabeth I. Ana Bolena e Henrique VIII casaram-se em 1533, após um processo conturbado de divórcio do primeiro casamento do rei.
No entanto, intensa política religiosa e intrigas na corte marcaram a união deles.
Contudo, após não conseguir dar à luz um herdeiro masculino, acusaram Ana Bolena de adultério, traição e incesto. Num julgamento em 1536, consideraram-na culpada e condenaram-na à morte. Executaram-na por decapitação no interior da Torre de Londres em 19 de maio de 1536.
Ambas as mulheres deixaram um impacto duradouro na história, uma como heroína nacional e a outra como uma das esposas mais notórias de Henrique VIII. Suas vidas e tragédias continuam a ser fonte de fascínio e estudo até os dias de hoje.
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