A semana promete ser marcada por extremos climáticos em diferentes regiões do Brasil. No Sul, a formação de um ciclone extratropical deve trazer ventos fortes, chuvas volumosas e até queda de granizo. Já em outras partes do país, o destaque ficará para o calor intenso, com temperaturas que podem passar dos 40 °C e provocar riscos de incêndios e impactos para a saúde da população e para a agropecuária.
Esse cenário evidencia mais uma vez a diversidade e a intensidade do clima brasileiro, que alterna entre temporais severos em algumas regiões e estiagens acompanhadas de calor extremo em outras.
O que esperar no Sul do Brasil
O Sul será a região mais afetada pelo ciclone extratropical, previsto para se formar entre o Rio Grande do Sul e o Uruguai. A partir de terça-feira, áreas gaúchas e catarinenses devem registrar temporais, acompanhados de granizo e rajadas de vento que podem superar os 100 km/h em pontos isolados.
O acumulado de chuva deve ser significativo: em algumas localidades, pode ultrapassar 150 milímetros em apenas dois dias. Esse volume aumenta o risco de alagamentos, deslizamentos de terra e prejuízos em áreas rurais.
No Paraná, a chuva deve se concentrar inicialmente no centro-oeste, trazendo até 50 milímetros, o que ajuda a repor a umidade do solo, mas atrasa colheitas de milho da segunda safra. Com o avanço do ciclone, a instabilidade se espalha pelo estado, elevando os riscos de tempestades mais intensas.
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Sudeste entre calor e frente fria
No Sudeste, o início da semana será de sol e temperaturas altas, especialmente no interior paulista e mineiro, onde os termômetros podem chegar aos 38 °C. Essa condição aumenta os riscos de queimadas e causa estresse térmico no gado.
No entanto, a partir de quarta-feira, o avanço de uma frente fria deve mudar o cenário em São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e na Zona da Mata de Minas Gerais. São esperadas chuvas mais consistentes, com acumulados de até 40 milímetros em alguns pontos, acompanhados de ventos fortes e possibilidade de granizo.
Apesar das instabilidades, atividades agrícolas como a colheita de café, trigo, milho e algodão, além da moagem da cana, devem continuar sem grandes interrupções.
Calor intenso no Centro-Oeste
O Centro-Oeste segue enfrentando altas temperaturas, com máximas que podem ultrapassar os 40 °C em Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. A baixa umidade relativa do ar, que deve ficar abaixo de 20% em várias localidades, aumenta o risco de incêndios florestais e exige cuidados redobrados com a saúde, como hidratação constante e evitar exposição prolongada ao sol.
A chegada da frente fria a partir de quarta-feira deve provocar temporais localizados no Mato Grosso do Sul e no oeste de Mato Grosso, com possibilidade de ventania e granizo. Embora as chuvas ajudem a reduzir momentaneamente o calor, também podem trazer prejuízos a operações agrícolas.
Nordeste entre sol e instabilidade
O litoral nordestino terá dias de chuva intercalados com períodos de sol. As instabilidades atingem especialmente Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco e Rio Grande do Norte, com acumulados que podem chegar a 60 milímetros ao longo da semana.
Já o interior do Nordeste enfrenta uma realidade oposta: calor próximo dos 38 °C, baixa umidade e risco elevado de incêndios. A previsão indica que as chuvas devem voltar às áreas produtoras da região apenas no fim de setembro, o que exige cuidado no planejamento agrícola, especialmente para culturas como o algodão.
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Norte dividido entre chuva e calor
Algumas regiões podem experimentar chuvas mais intensas nesta semana.
Na Região Norte, o tempo deve seguir instável em partes do Amazonas, Acre, Rondônia e norte do Pará, com risco de temporais e acumulados de chuva que ajudam a manter a umidade do solo. Em Roraima, o volume pode chegar a 50 milímetros ao longo da semana.
Por outro lado, Tocantins, centro-sul do Pará e parte de Rondônia terão predomínio de tempo firme e temperaturas próximas a 38 °C. Esse quadro aumenta o risco de queimadas e afeta a pecuária, já que o calor intenso pode causar estresse térmico no gado.
Orientações para a população
Diante desse panorama, algumas medidas são recomendadas para reduzir os impactos das condições climáticas previstas:
- Acompanhar os alertas emitidos por órgãos de meteorologia e defesa civil.
- Evitar deslocamentos desnecessários nos dias de maior risco, especialmente entre terça e quarta-feira no Sul.
- Reforçar estruturas vulneráveis em áreas expostas a ventos fortes, como telhados e placas.
- Redobrar a atenção em locais suscetíveis a alagamentos e deslizamentos.
- Manter-se hidratado e evitar atividades físicas intensas durante os horários mais quentes do dia nas regiões com calor extremo.
Enquanto o Brasil lida com ciclones extratropicais e extremos de calor, no Mediterrâneo, onde está a Grécia, os fenômenos climáticos têm características diferentes. Embora a região não registre ciclones tropicais como os do Atlântico, ocasionalmente ocorrem sistemas conhecidos como “medicanes”, semelhantes a furacões, mas em escala menor. Eles são raros, mas quando acontecem podem provocar fortes ventos e chuvas intensas em países como Grécia e Itália.
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