De acordo com a mitologia grega, os 10º e 11º trabalhos de Hércules o levaram ao ocidente, especificamente para o Estreito de Gibraltar, onde ele ergueu as famosas Colunas de Hércules. Este estreito é a entrada para o vasto Oceano Atlântico. Durante sua jornada, Hércules ergueu essas colunas como marcos de sua passagem, deixando uma marca indelével em sua rota lendária. Uma variedade de fontes antigas e posteriores transmitiram tradições encantadoras sobre essas colunas, e elas se tornaram símbolos contemporâneos que representam o mito na área.
A missão do Hércules
A viagem para o Ocidente, segundo Estrabão, foi o ponto mais distante alcançado por Hércules durante seus trabalhos e marcava o fim do mundo conhecido. Sêneca nos diz que, a caminho do Jardim das Hespérides, Hércules precisava passar pela cordilheira do Atlas, que unia a Europa à África.
Em vez disso, ele decidiu dividir a montanha em duas, conectando o Oceano Atlântico ao Mediterrâneo no Estreito de Gibraltar. Do monte principal, permaneceu no lado europeu o atual Rochedo de Gibraltar. No lado africano, em Abila, restou ou a montanha Hacho na cidade espanhola de Ceuta, no norte da África, ou o monte Jebel Musa, da cordilheira do Rif no Marrocos e ponto mais ao norte do país.
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As Colunas de Hércules
Nesses dois lados, então, Hércules construiu as colunas. De acordo com Platão, a cidade perdida da Atlântida estava localizada além das Colunas de Hércules, colocando-a assim no território do desconhecido.
Após as primeiras viagens dos europeus à América no final do século 15, o imperador do Sacro Império Romano-Germânico e rei da Espanha, Carlos V, adotou a frase ‘plus ultra’ (além) como seu lema pessoal, que evoluiu juntamente com as colunas no emblema real da Espanha. A frase, em contraste com ‘non plus ultra’, simbolizava metaforicamente a importância do risco e da busca incessante.
As colunas na bandeira da Espanha
Hoje, as colunas não adornam mais o escudo real, mas sim o brasão de armas espanhol. No passado, elas chegaram a estar presentes em emblemas de colônias espanholas como nas Índias Espanholas, bem como em moedas e outros símbolos. Até hoje, as colunas de Hércules também adornam o brasão da cidade de Cádiz, na Andaluzia, além de muitos brasões locais e regionais.
Tão importante em termos de significado estratégico, prático e histórico era o papel das Colunas de Hércules que os modernos espanhóis e portugueses, falando orgulhosamente sobre a influência grega da época, apresentam essas torres como um importante monumento museológico. Na antiguidade, as chamavam de Portas de Hércules e acreditavam que eram o fim do Ocidente, porque ali estava o vasto Atlântico.
Lugares com monumentos das colunas de Hércules
Gibraltar
Do lado europeu, de acordo com o mito, subindo o Rochedo de Gibraltar, que hoje é parte do Reino Unido, você encontra um monumento dedicado às Colunas de Hércules. Um mapa mundial simboliza a união mitológica entre a Europa e a África, e a importância contemporânea da cidade para a interconexão internacional. É um monumento discreto e austero, localizado em um lugar ideal com vista panorâmica.
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Ceuta
Da mesma forma, o enclave espanhol de Ceuta é uma cidade turística despreocupada, com belas praias no norte da África. Seus monumentos medievais e reais oferecem um vislumbre distinto do passado do país. Passeando pelo belo porto, você encontrará a colossal estátua de Hércules abrindo as duas colunas. O caráter robusto do monumento, com a dinâmica ação do herói, representa o ato violento do mitológico corte dos estreitos.
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Marroco
Outro famoso marco fica um pouco mais longe, em território marroquino. São as Cavernas de Hércules, um complexo de cavernas no promontório de Spartel, algumas das quais foram escavadas à mão e usadas já na era Neolítica. Diz-se que Hércules descansou lá antes de completar sua tarefa no Jardim das Hespérides. Hoje, é uma impressionante atração turística, que se estende até a costa e oferece explorações naturais e arqueológicas únicas.
A visão mais predominante sobre o que exatamente eram as Colunas de Hércules é que elas eram faróis que alertavam os navios sobre o ponto onde deveriam virar para entrar no Mediterrâneo a partir do Oceano Atlântico.
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