A Diabetes na Gestação ocorre quando uma gestante apresenta níveis de glicose no sangue superiores aos valores normais.
Porém, é importante saber que os níveis ideais de glicose esperados em uma paciente gestante são diferentes do esperado para a população geral.
Então, toda atenção e todo cuidado são necessários! Pois poderá haver complicações tanto para a mãe quanto para o bebê. Portanto, é necessário realizar o acompanhamento correto e o tratamento adequado.
O que Diabetes na Gestação?
Por definição, o diagnóstico de Diabetes Gestacional ocorre quando a glicemia de jejum está entre 92 e 125 mg/dL. Ou quando os valores de glicemia após a ingesta de glicose ( no Teste Oral de Tolerância à Glicose – TOTG) estão alterados.
Além disso, o Diabetes Gestacional costuma se desenvolver a partir do segundo trimestre de gestação. Mas pode ocorrer antes disso. Então, vamos entender um pouco melhor! Temos um hormônio chamado insulina que vai ajudar o nosso corpo a usar a glicose como fonte de energia, colocando-a para dentro da célula.
Quando temos uma redução da insulina no nosso corpo, ou quando temos um aumento da resistência à ação desse hormônio, os níveis de glicose no nosso sangue se elevam.
E o que ocorre na gravidez?
No primeiro trimestre de gestação, ocorre uma tendência à hipoglicemia, que em outras palavras é uma redução do açúcar no nosso sangue. Então, há uma queda da insulina materna, para que essa glicose passe para o feto.
Porém, no segundo trimestre, o hormônio lactogênio placentário promove a troca desse estado de hipoglicemia por um estado de resistência insulínica. Mas isso é esperado em uma gestação normal. Porém, o diabetes gestacional ocorre quando o pâncreas ( órgão do nosso corpo que produz a insulina) não consegue contornar e resolver essa situação.
O Diabetes Gestacional melhora depois do término da gestação?
Em geral, sim!
E é justamente pelo que explicamos acima que após o parto, com a retirada da placenta, o esperado é que os níveis de glicose se normalizem. Porém, vale lembrar que é importante manter o seguimento se você teve diabetes gestacional. Pois há uma chance aumentada em relação à população geral de você desenvolver diabetes tipo 2 no futuro.
Quais são os riscos do Diabetes Gestacional?
Então, aqui vão alguns riscos para a mãe e para o bebê:
- O bebê pode crescer mais do que o esperado, o que chamamos de macrossomia. Nesse caso, a mãe pode precisar passar por uma cesariana
- Além disso, pode ser que o bebê nasça com hipoglicemia
- Outras complicações que podem ocorrer são problemas respiratórios ao nascimento
- Para a mãe, há risco aumentado de hipertensão gestacional e de Pré-Eclâmpsia
Como sei se corro risco de ter Diabetes Gestacional?
Antes de mais nada, caso você tenha alguns dos seguintes fatores de risco, você tem uma chance maior de desenvolver essa condição. Então, vamos listar a seguir alguns deles:
- Obesidade ou ganho excessivo de peso durante a gravidez
- Tabagismo
- Síndrome do Ovário Policístico
- Gravidez após os 40 anos
- Parentes de primeiro grau com Diabetes Tipo 2
- Diabetes gestacional em gestação anterior
Quais são os sintomas do diabetes gestacional?
Na maioria das vezes não há sintomas. Porém, pode acontecer de ter aumento do volume urinário e de ter aumento da sede.
Normalmente, o exame principal para a detecção é realizado entre 24- 28 semanas de idade gestacional, o famoso Teste Oral de Tolerância à Glicose (TOTG). Além disso, ele envolve tomar um xarope de glicose para ver qual será a resposta do seu corpo a ele. Porém, desde o início da gestação também é solicitado um exame básico para verificar a glicemia de jejum. Então, caso ele dê alterado, já pode confirmar o diagnóstico.
Qual o tratamento para Diabetes na Gestação?
Inicialmente, o tratamento inclui mudanças de estilo de vida, com dieta e exercícios físicos. Inclusive, muitas mulheres conseguem controlar os seus níveis de glicose apenas com essas medidas. Porém, em alguns casos, será necessário iniciar um tratamento com insulina.
Dieta e atividade física
A dieta recomendada é uma que possua baixa carga glicêmica. Assim, ocorrerá a liberação lenta de açúcar para a corrente sanguínea. Para isso, é necessário aumentar a proporção de alimentos integrais na sua alimentação, além de fibras.
Além disso, é necessário reduzir os alimentos que causam uma liberação rápida de açúcar para o sangue, ou seja, os de alto índice glicêmico, como o pão branco e os doces.
Resumindo, se você tem diabetes gestacional, você deve:
- Reduzir o consumo de carboidratos simples e açúcar
- Aumentar a proporção da ingesta de alimentos integrais e carboidratos complexos em geral
- Aumentar o consumo de vegetais e frutas com baixo índice glicêmico
- Incluir fontes magras de proteína nas refeições
Além disso, a atividade física ajudará no processo de reduzir os seus níveis de glicose. Pois para se manter ativo, o seu corpo utilizará mais a glicose como energia, também reduzindo os seus níveis de “açúcar” no seu sangue.
Porém, para gestantes não são recomendados exercícios intensos. Em geral, exercícios como caminhada e natação são liberados. Porém, é sempre necessário consultar um médico antes para quais atividades estão liberadas para o seu caso.
Além disso, o cardápio e a programação de atividade física deve ser feita de maneira individualizada.
Mas como sei se vou ter que usar a insulina?
Porém, nem sempre essas medidas citadas até agora serão suficientes. Isso será verificado principalmente em cada consulta. Pois nelas você deverá levar ao seu médico o controle glicêmico, que são as anotações das suas medidas da glicemia ao longo do dia.
Em geral, o médico irá solicitar que você fure o seu dedo algumas vezes ao dia. Então, você deve colocar uma gota do seu sangue em uma fita, que você deverá colocar no glicosímetro. O glicosímetro é o aparelho que realizará a medição dos valores de glicose.
Então, de acordo com esses níveis, será avaliada a necessidade de iniciar uma terapia com insulina.
0 comentários