Com um tom sutil e encantador, os ditos populares entrelaçam-se com a tapeçaria cultural, oferecendo um vislumbre dos valores, crenças e histórias de um povo. A cada frase espirituosa, desembrulha-se uma parte do passado, revelando um mosaico de narrativas que transpassam gerações.
Expressões do cotidiano e sua marcante presença
Confira agora alguns outros ditos populares e suas curiosas origens:
Colocar a mão no fogo
A expressão tem origem na época da Inquisição, na Idade Média. O acusado sofria a uma tortura onde amarravam uma espécie de tocha de ferro com um tecido encharcado em cera inflamável em sua mão.
Três dias após, caso encontrassem lesões, indicava que o acusado deveria morrer. Caso contrário, teria sido protegido pela fé.
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Tirar o pai da forca
A expressão vem da história de Santo Antônio que, ao descobrir que seu pai estava para ser enforcado, transportou-se espiritualmente para Lisboa para defendê-lo, garantindo sua absolvição.
Falar pelos cotovelos
A expressão é de Quinto Horácio Flaco a pessoas muito falantes, que, ao conversar, tocam o cotovelo dos interlocutores para chamar a atenção para a conversa.
Onde Judas perdeu as botas
A expressão nasceu da história de que Judas escondeu a recompensa que recebeu por trair Cristo em suas botas. Como ninguém encontrou o calçado recheado de moedas, a expressão simboliza uma busca sem resultados.
Engolir sapos
A expressão tem origem numa das pragas do Egito, descritas na Bíblia. Uma praga envolvia uma invasão de rãs, que apareciam em todos os lugares, inclusive durante a preparação e ingestão de alimentos.
Cheio de nove horas
Originada no século XIX, a expressão se refere à rigidez dos horários da época. Nove horas da noite era uma hora socialmente determinante, e quem estava na rua após esse horário era visto com maus olhos. Com o tempo, passou a se referir a pessoas meticulosas.
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Pagar o pato
O dito vem de um antigo jogo português que consistia em tentar, enquanto se está a cavalo, retirar um pato amarrado num mastro em uma única tentativa. Quem não conseguia, tinha que pagar pelo animal.
Conto do vigário
Essa expressão tem origem em uma história sobre a decisão de onde esculpir uma imagem de Nossa Senhora: se seria na paróquia de Pilar ou Conceição. Um dos vigários propôs que amarrassem a imagem num burro e o soltassem entre as paróquias, deixando que ele decidisse o destino.
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