Desvendando os mistérios do Mar Egeu, uma equipe de mergulhadores partiu em busca de naufrágios antigos, seguindo as pistas encontradas na épica obra “Ilíada” de Homero.
A jornada, composta por quatro missões meticulosamente planejadas, aconteceu em colaboração com a Fundação Nacional de Investigação da Grécia e o Ministério da Cultura grego.
Logo, a equipe utilizou uma combinação de conhecimento histórico e tecnologia de ponta para localizar os vestígios marítimos mencionados nos registros históricos, incluindo os versos da obra de Homero.
Sobre a épica obra “Ilíada” de Homero
Para quem não conhece, a Ilíada narra os eventos em torno do herói Aquiles durante a Guerra de Troia, focando em sua ira e suas consequências. Porém, contrariando a ideia comum, o poema não aborda toda a guerra, mas sim um período específico, desde o 9º ano até a entrega do cadáver de Heitor a seu pai, Príamo.
Além disso, Homero escreveu a obra para um público familiarizado com os mitos gregos, o que permitiu focar na exploração moral da cólera de Aquiles, sem a necessidade de detalhar os eventos já conhecidos sobre o início e o fim da guerra.
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Quem foi Homero?
A verdadeira identidade de Homero continua envolta em mistério, com estudiosos debatendo sua origem e a autoria das obras atribuídas a ele.
Nesse sentido, sua possível origem em Esmirna, atual Turquia, ou em alguma ilha do mar Egeu, alimenta controvérsias. Sendo que oito cidades disputam o título de sua terra natal.
Desse modo, vivendo numa era onde a tradição oral era predominante, especula-se que suas obras possam ter sido escritas por um grupo de cantores épicos. Isso devido às repetições e contradições nos textos, além do uso de diversos dialetos.
Tanto a “Ilíada” quanto a “Odisseia” apresentam características marcantes da oralidade. Assim, percebe-se que, de fato, essas obras possuem elementos distintivos da tradição oral. Por exemplo, a repetição de expressões e cenas típicas, e a sintaxe por justaposição.
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Descobertas dos mergulhadores
Voltando à expedição, ela resultou na identificação e documentação de 10 naufrágios que abrangem diversas épocas, desde 3.000 a.C. até o período bizantino de 800 d.C.
Além disso, os mergulhadores desenterraram um tesouro de artefatos entre os tesouros submersos. Segundo o Popular Mechanics, os especialistas encontraram ânforas espanholas Dressel 20 com selos datados de 150 d.C., vasos de bebida da época romana e âncoras de pedra do período arcaico.
Utilizando a “Ilíada” como bússola, os investigadores utilizaram as imagens e pistas da saga para aperfeiçoar seus parâmetros de pesquisa. Dessa forma, a epopeia, composta por volta de 750 a.C., forneceu informações valiosas sobre potenciais locais de naufrágio, guiando a equipe em sua jornada.
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