A imensidão azul dos oceanos sempre escondeu segredos e histórias que transpassam gerações, mergulhando profundamente em suas águas misteriosas, os Bajau revelam um capítulo surpreendente da adaptação humana.
Uma capacidade mergulhadora peculiar
Desbravadores das profundezas oceânicas, os Bajau, tradicionalmente conhecidos como “nômades do mar”, cultivam uma fascinante habilidade de submergir por até 13 minutos, explorando até 60 metros abaixo da superfície do mar.
Esta capacidade assombrosa é não apenas um mero desenvolvimento de habilidades, mas um intrigante caso de adaptação genética, que permitiu ao seu baço crescer até 50% mais em comparação com outros grupos humanos, transformando-se em um reservatório biológico de oxigênio.
Esse povo, com o oceano como morada, reside nas áreas costeiras das Filipinas, Malásia e Indonésia, vivendo em simbiose com o mar, que lhes fornece alimento e inspira sua cultura e tradições.
Os Bajau não somente pescam, mas também coletam preciosidades do fundo do oceano, demonstrando um convívio respeitoso e dependente com o ambiente aquático.
O DNA do mergulho profundo
Ao perscrutar a vida dos Bajau, cientistas desvendaram uma particularidade em seu DNA, que atua de maneira direta sobre o tamanho do baço. Esta descoberta foi originada mediante estudos comparativos com os Saluan, um grupo continental que não compartilha das mesmas aptidões submarinas.
A mutação detectada, relacionada ao gene PDE10A, foi associada ao controle hormonal da tireoide e, em vertebrados marinhos, ao tamanho do baço, tornando essa particularidade genética um tópico de interesse e estudo.
A hipótese conduz os pesquisadores a especular sobre a influência da seleção natural nas adaptações dos Bajau ao longo dos milênios, sugerindo um curso evolutivo onde a capacidade de mergulho livre extremo foi sendo gradualmente incorporada em sua genética.
Leia mais: Criatura marinha que parece alienígena é encontrada na Antártica
Lições do abismo marinho
Por trás da mágica das histórias submersas dos Bajau, emerge uma inquietação sobre o futuro deste povo intrinsecamente ligado ao mar.
Enquanto suas habilidades desafiam a compreensão médica, oferecendo até mesmo revelações sobre condições como hipóxia aguda, os Bajau enfrentam desafios eminentes em decorrência do avanço da pesca industrial e do escasso reconhecimento dos direitos destes nômades do mar.
A preservação de sua cultura e modo de vida torna-se, portanto, não apenas uma questão de respeito e direitos humanos, mas também uma forma de salvaguardar um fascinante livro aberto da biologia humana.
Gostou desse artigo? Confira mais como esse no site Brazil Greece!
0 comentários