Que delícia tomar uma bebida com pedrinhas de gelo olhando pela janela, a 8 mil quilômetros de altura, né? Mas, o que seria quase um roteiro de clipe romântico, na verdade, pode causar um mal danado à sua saúde. Por mais tentador que seja, entenda porque deve pensar duas vezes antes de pedir gelo no avião.
De modo geral, raramente os aviões têm máquinas de gelo a bordo. Ou você já viu alguma naquela cabine minúscula onde a tripulação prepara o serviço de alimentação? Então, de onde acha que o gelo vem? Daqueles serviços terceirizados os quais chamamos de cattering.
E, embora devam atender a uma série de requisitos, um estudo de 2017 revela que o gelo é, para dizer o mínimo, um tanto quanto nojento.
Por que você não deveria pedir gelo no avião?
A princípio, os pesquisadores coletaram amostras de 60 cubos de gelo de instalações domésticas e industriais. Só para ilustrar, esse pequeno lote continha mais de 50 cepas diferentes de bactérias. Além disso, uma porcentagem consistente pode provocar infecções humanas.
Na prática, sua presença indica uma contaminação ambiental. Em outras palavras, isso significa que os cubos provavelmente recolhem sujeira em algum ponto do caminho da fábrica de gelo até o seu copo. Ok, mas onde é que entra o avião nessa história? As bandejas que se usa para servir!
De modo geral, os cubos são colocados nessas bandejas, com o auxílio de uma pá. Não é por mal, mas na correria entre voos e do próprio serviço de bordo, não dá tempo de higienizar esses objetos com tanta frequência.
Então, imagine quanta gente passa e toca a superfície de uma aeronave… Agora, pense na rotina da tripulação que, também, nem sempre consegue lavar sequer as mãos antes de manipular os alimentos.
Portanto, a recomendação não se limita a pedir gelo no avião. Os próprios comissários e comissárias recomendam evitar café, chá ou água quente durante o voo. Ainda, não tocar em nada no lavatório.
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Também há a segurança da água
Porém, o problema de pedir gelo no avião não está apenas na bandeja. A própria higiene da água a bordo dos aviões é duvidosa. Um estudo de 2019 mostrou que a água que se serve em 23 companhias aéreas, entre internacionais e regionais, é possivelmente insegura para consumo humano.
Para fins de classificação, os pesquisadores deram a cada empresa uma “Pontuação de Saúde da Água” com base em 10 critérios, variando de 0 a 5. Sendo assim, quando alcançava a pontuação de 3 ou mais, a água a bordo de uma companhia aérea era “relativamente” segura.
Contudo, os resultados mostraram que sete das 10 principais companhias aéreas pontuaram abaixo de 3. Ou seja, além de não pedir gelo no avião, mais uma vez, recomenda-se não beber o café e o chá.
E, como a mesma água que prepara o café é a que circula nas torneiras, melhor higienizar as mãos com lenços umedecidos. Ok, mas e se quiser tomar um refrigerante ou um drink a bordo?
O ideal é não tomar. Mas, se não consegue ficar sem gelo, prefira mesmo bebidas gaseificadas, pois o risco bacteriano cai significativamente devido ao álcool, CO2 e pH. Da mesma forma, ingredientes antibacterianos da vodka, whisky, Martini, chá de pêssego, água tônica e Coca-Cola.
Mas, vale ressaltar que bebidas muito doces ou alcoólicas devem ser consumidas moderadamente durante o voo. Ademais, para evitar qualquer confusão, talvez seja melhor levar sua própria bebida engarrafada.
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