A histórica França, palco de grandes vinhedos e principal produtora de algumas das mais refinadas bebidas, tem vivenciado uma curiosa e inesperada virada. O país, que outrora dominava o mercado global de vinhos, tem agora testemunhado uma reviravolta na indústria vinícola, que levou a uma decisão surpreendente: o arranque de vinhedos.
Motivos da decisão
Após um anúncio de um substancial apoio financeiro de 200 milhões de euros pelo governo francês, diversos produtores decidiram aderir a essa nova direção. Alguns podem questionar o motivo por trás dessa medida. Seriam os gostos do presidente Emmanuel Macron? Ou, talvez, um declínio na predileção por vinhos franceses globalmente?
Contudo, olhando além das fronteiras francesas, notamos uma ascensão marcante do mercado vinícola nos Estados Unidos, que hoje ultrapassa os impressionantes 70 bilhões de dólares anuais.
Enquanto isso, a Itália, outro gigante do vinho, mantém-se firme e forte, sem sinais de crises em seus vinhedos.
Curiosamente, regiões específicas na França, como Champagne e Borgonha, têm enfrentado um cenário diferente, com um aumento na demanda e valorização de seus produtos, elevando significativamente seus preços nos últimos anos.
A questão mais espinhosa se revela na região de Bordeaux. Aqui, não se trata dos vinhedos premium, mas dos vinhos de gama mais baixa, anteriormente incentivados a expandir.
Entretanto, o excesso desses vinhos no mercado levou a uma saturação, culminando na decisão de arrancar vinhedos para conter a superprodução.
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Motivos históricos
É possível traçar a origem deste desequilíbrio à revolução da indústria vinícola desde a década de 1960. O consumo de vinhos comuns decresceu, enquanto o dos mais refinados aumentou. A produção global também viu um aumento exponencial, mas a demanda por vinhos de gama mais baixa não acompanhou o ritmo.
Além disso, o cenário de competição intensificou-se com a entrada de vinhos do “Novo Mundo”, somando-se ao já elevado custo de produção na França. Com europeus e, mais notadamente, franceses consumindo menos vinho, surge um desafio inédito para a nação.
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