As Olimpíadas da Grécia Antiga são o berço dos Jogos Olímpicos modernos, e disso, provavelmente você já sabe. Inclusive, por aqui, já explicamos como surgiram esses jogos e também o real significado do símbolo das Olimpíadas. Mas, você sabe quem foi a primeira mulher a ser campeã olímpica?
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Os jogos olímpicos na antiguidade
Com suas competições cheias de tradição e prestígio, esses jogos, realizados pela primeira vez em 776 a.C. em Olímpia, tinham um forte caráter religioso e eram dedicados a Zeus, o rei dos deuses. Entre os diversos eventos, destacavam-se corridas, lutas, pentatlo e competições equestres. No entanto, as regras eram extremamente rígidas, especialmente no que diz respeito à participação de mulheres.
Isso porque eles eram jogos exclusivos para homens, tanto como competidores quanto como espectadores. As competições incluíam:
Corrida a pé: várias distâncias, desde a dromo (corrida curta) até a dolico (corrida longa).
Pentatlo: incluía salto em distância, lançamento de disco, lançamento de dardo, corrida e luta.
Luta livre e pankration: formas de combate sem restrições de peso.
Corridas de bigas e cavalos: Um dos eventos mais prestigiosos, onde os proprietários dos cavalos eram considerados os vencedores.
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A primeira campeã olímpica
Apesar das restrições, a história registra um feito incrível de Cinisca, uma princesa espartana que se tornou a primeira mulher a vencer nos Jogos Olímpicos. Nascida em uma família real, Cinisca era filha do rei Arquidamo II e irmã do rei Agesilau II. Além disso, vivia em uma sociedade que, ao contrário de outras cidades-estado gregas, proporcionava certa autonomia e liberdade às mulheres.
Quem era a primeira campeã olímpica
Cinisca, cerca de 50 anos de idade na época de suas vitórias, era uma mulher apaixonada por cavalos. Além disso, possuía uma grande fazenda dedicada à criação e treinamento de cavalos. Então, isso a preparou para uma brecha legal que lhe permitiu competir nas Olimpíadas.
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Como ela conseguiu o feito?
Para isso, ela competiu nas corridas de bigas (carruagens puxadas por quatro cavalos) sem precisar conduzi-las pessoalmente. Nas Olimpíadas, as vitórias nas corridas equestres eram atribuídas aos proprietários dos cavalos, não aos condutores.
Assim, Cinisca inscreveu seus cavalos na competição, conquistando vitórias consecutivas em 396 a.C. e 392 a.C., sem nunca precisar estar presente no local.
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Restrições às mulheres nas Olimpíadas
Infelizmente, as mulheres enfrentavam severas restrições nos Jogos Olímpicos antigos. Por exemplo, elas não podiam competir nos Jogos de Olímpia. Além disso, mulheres casadas eram proibidas de assistir às competições e corriam risco de pena de morte se fossem flagradas.
Mas, as mulheres tinham seu próprio festival, os Jogos de Hera, que incluíam corridas de meninas jovens e solteiras, organizadas por uma comissão de mulheres da cidade de Elis.
Por fim, a vitória de Cinisca foi significativa e mudou a percepção sobre a participação feminina nos esportes, mesmo que de maneira indireta. Dessa forma, ela demonstrou que, mesmo em um ambiente restritivo, as mulheres poderiam alcançar feitos importantes. Então, seu triunfo inspirou outras mulheres, especialmente de Esparta, a perseguirem vitórias olímpicas.
No final de tudo, a imortalizaram com uma estátua de bronze em Olímpia, uma honra que destacava seu feito extraordinário. Assim, sua vitória é lembrada como um marco na história dos Jogos Olímpicos e na luta pela igualdade de gênero no esporte.
E aí, você já tinha ouvido falar sobre a primeira campeã olímpica da história? Pode até ter sido de uma forma um pouco diferente da convencional. Porém, em uma época de tantas proibições, esse feito se torna perfeitamente compreensível.
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