O fundo do mar sempre despertou a curiosidade de pessoas leigas e pesquisadoras, sobretudo porque o território é, em sua maioria, totalmente desconhecido para a humanidade. Mas, ao que parece, estamos um passo mais perto de conhecer o que se esconde nas profundezas do oceano. Tudo porque uma equipe de cientistas chineses criou um robô para explorar a Fossa das Marianas, o ponto mais profundo da Terra.
O ponto fica no Oceano Pacífico, a leste das Ilhas Marianas, mais precisamente, próximo às Filipinas. Só para ilustrar a profundidade, a Fossa das Marianas está a 11.000 metros abaixo da superfície. Como veremos, a fossa tem uma importância extrema para a ciência, tanto no aspecto geológico quanto biológico.
Então, vamos ver como o robô conseguiu chegar até lá?
Como o robô chegou ao ponto mais fundo do oceano?
Até então, nenhum outro artefato conseguiu ir tão longe, mesmo submarinos. Afinal, suas estruturas metálicas não suportaram as altas pressões do ponto mais profundo do mar. Mas, o robô conseguiu nadar a 10.900 metros na fossa graças à estrutura que imita o peixe-caracol. Este, então, é um animal que habita a zona a 8.000 metros de profundidade.
Além disso, o robô possui uma estrutura macia à base de silicone e apenas 22 centímetros de comprimento. Ou seja, realmente se parece muito com um peixe. Primeiramente, o artefato fez testes em lagos da China até, finalmente, nadar em direção à Fossa das Marianas, com a ajuda de um robô convencional subaquático. Inicialmente, o projeto teve sucesso, aguentando uma jornada de 45 minutos sob a água.
Vale lembrar que, antes do robô chinês, outros projetos tentaram chegar à região mais profunda dos oceanos. Em 2020, uma equipe russa lançou o Vitiaz, veículo submarino não tripulado que alcançou mais de 10 mil metros. Ainda, o Nireu, submarino-robô estadunidense concluiu uma expedição pela região em 2009.
Leia mais: 5 segredos da Acrópole de Atenas são finalmente revelados
A importância da Fossa das Marianas?
A Fossa das Marianas fica no oceano Pacífico ocidental, a cerca de 200 km a leste das ilhas Marianas. Segundo pesquisas, sua profundidade máxima é de 11.050 metros, considerando um pequeno vale em seu fundo, o Abismo de Challenger. Todo esse esforço para chegar até lá tem uma razão: sua importância para o mundo da ciência.
Na geologia, ajuda cientistas a compreenderem a história geológica da Terra, bem como os processos que ocorrem em seu interior. Isso é possível, sobretudo, por meio das rochas e sedimentos que se encontra nas profundezas do mar. Já na biologia, chama atenção pelas condições extremas de profundidade e baixa temperatura.
Leia mais: 4 destinos de intercâmbio muito baratos para brasileiros
Os animais que habitam as profundezas do mar
Apesar disso, há comunidades únicas que vivem ali, além do peixe-caracol. Outros animais conseguiram se adaptar às mais de mil atmosferas de pressão, quatro graus de temperatura e uma escuridão total. Por exemplo:
- Lula gigante da espécie Architeuthis (que pode alcançar os 14 metros)
- Tubarão-duende, espécie com focinho proeminente e tonalidade rosada
- Peixe-dragão das profundezas, com dentes gigantescos e bioluminescência, além de órgãos à vista devido ao seu corpo transparente
- Outras numerosas espécies de peixes desconhecidas.
Vale lembrar que a maioria dos peixes que habitam a Fossa das Marianas, bem como outras regiões de tanta profundidade, têm uma estrutura macia e gelatinosa e sem escamas. Essa adaptação se dá, principalmente, para suportar a alta pressão. Mas, quanto mais perto da superfície, mais vida pode ser encontrada na área.
Entre elas, destacamos as medusas brilhantes bioluminescentes, a única luz nessa imensa escuridão, bem como o tubarão-enguia com seus 300 dentes afiados de três pontas.
E sim, esses animais parecem tão temíveis quanto parecem. Exemplo disso é o carnívoro Anoplogaster, ou o ameaçador demônio marinho, peixes que parecem tirados dos piores pesadelos. Mas ironicamente, na máxima profundidade o maior que se pode encontrar são apenas anfípodos, pequenos crustáceos parecidos com camarões.
0 comentários