Desde que o rover Perseverance da NASA chegou a Marte, ele tem nos proporcionado um olhar detalhado sobre a superfície do planeta vermelho. Suas imagens revelam paisagens e formações geológicas intrigantes, algumas delas despertando grande interesse popular. Inclusive, recentemente, uma dessas fotografias chamou a atenção por exibir o que parece ser um rosto humano esculpido na rocha de Marte. Essa descoberta instigou debates nas redes sociais e entre curiosos. Enquanto especialistas oferecem explicações científicas para o fenômeno visual observado. Porém, o que à primeira vista parece surpreendente ou misterioso pode, na verdade, ser entendido por meio de conceitos conhecidos pela ciência. Confira a seguir.
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O rosto humano na rocha de Marte
A imagem de uma formação rochosa em Marte, capturada pela câmera do rover Perseverance da NASA, ganhou destaque por sua semelhança com um rosto humano. O fenômeno despertou a curiosidade e, inevitavelmente, reações populares e teóricas. No entanto, a formação é um exemplo clássico de pareidolia — uma tendência humana de identificar padrões familiares, como rostos, em objetos inanimados.
O Perseverance, que pousou em Marte em 2021, já enviou uma série de imagens intrigantes de rochas e paisagens marcianas, algumas das quais inspiraram discussões sobre sua forma ou origem. Entre elas, estão rochas que lembram objetos do cotidiano, como uma “cabeça de cobra” e até mesmo “espaguete”. A formação de Marte que mais recentemente chamou atenção pública foi fotografada no final de setembro de 2024 e exibida como a “Imagem da Semana” na votação pública da NASA.
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O fenômeno que explica o rosto humano em Marte
O fascínio por essa “face” encontrada em Marte é, na verdade, explicado pela ciência. Pareidolia é uma característica que remonta aos primeiros estágios da evolução humana. Carl Sagan, em seu livro O Mundo Assombrado pelos Demônios, sugere que essa habilidade de detectar padrões rapidamente pode ter sido uma vantagem evolutiva. Identificar formas ameaçadoras, como a silhueta de um predador, poderia salvar vidas, e o cérebro humano desenvolveu essa capacidade de interpretar qualquer padrão, real ou imaginado, como uma precaução de sobrevivência.
O fenômeno foi detalhado em várias pesquisas psicológicas. A especialista Jess Taubert, da Universidade de Queensland, destaca que o cérebro humano se adapta para reconhecer padrões em estímulos visuais. Isso se traduz em nossa habilidade de ver figuras conhecidas em lugares inesperados — como o rosto que parece estar descansando em Marte.
Contudo, apesar do interesse do público, cientificamente a formação rochosa não tem um valor especial além de ilustrar a riqueza visual da superfície marciana e como nossa mente reage a esses estímulos. A captura é mais uma das quase 730 mil imagens que o rover Perseverance já registrou em seus três anos de missão. Enquanto a atenção dos curiosos se concentra na forma dessas rochas, os cientistas continuam focados nas amostras coletadas pelo rover. Até agora, Perseverance já coletou 25 amostras de solo e rocha, além de ter realizado outros feitos importantes, como a produção de oxigênio na atmosfera marciana através do experimento MOXIE.
O Perseverance faz parte de um esforço contínuo da NASA para entender mais sobre Marte, especialmente sua geologia e a possibilidade de vida passada no planeta. Formações como a “face” em Marte, apesar de intrigantes, não fornecem evidências diretas sobre essas questões científicas. Ao contrário, servem como exemplos do vasto poder da imaginação humana frente a estímulos visuais desconhecidos. Assim, a missão do Perseverance continua com foco na análise científica rigorosa, enquanto eventos como este alimentam o imaginário popular pelo Planeta Vermelho.
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