O mês de setembro reserva um espetáculo celeste que promete chamar a atenção de astrônomos profissionais, curiosos e amantes do céu. Trata-se de um eclipse solar parcial marcado para o dia 21 de setembro de 2025, o último do tipo previsto para este ano. Embora não seja visível do Brasil nem da Grécia, dois países que compartilham tradições ligadas ao Sol e à astronomia, o fenômeno poderá ser acompanhado de perto em regiões específicas do planeta e também por transmissões ao vivo na internet.
Como funciona um eclipse solar?
Um eclipse solar acontece quando a Lua se posiciona entre a Terra e o Sol, bloqueando a luz que chega até nós. Dependendo do alinhamento, ele pode ser total, quando o disco solar é encoberto por completo; anular, quando a Lua não cobre o Sol totalmente e sobra um anel luminoso ao redor; ou parcial, como será o caso de setembro, em que apenas uma fração do astro fica escondida.
Em ocasiões mais raras, há ainda os eclipses híbridos, que combinam características dos demais em diferentes pontos da Terra. Esses eventos sempre despertaram interesse cultural e científico, tanto na Grécia Antiga, onde eclipses eram interpretados como sinais divinos, quanto entre povos indígenas brasileiros, que associavam o escurecimento súbito do céu a presságios importantes.
Um calendário movimentado em 2025
O ano de 2025 foi marcado por quatro eclipses: dois lunares e dois solares. O primeiro eclipse lunar total ocorreu em março, seguido, semanas depois, por um eclipse solar parcial. A sequência se repetiu em setembro, com um eclipse lunar total no dia 7 e, agora, o eclipse solar parcial em 21 de setembro.
Esse próximo evento terá uma duração significativa. O início está previsto para 14h29 (horário de Brasília) e o término para 18h53, somando mais de quatro horas de observação, meia hora a mais que o eclipse de março. A diferença é que, desta vez, o fenômeno ocorrerá no período da tarde, permitindo imagens mais longas e detalhadas em algumas regiões.
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Onde o eclipse solar de setembro será visível?
A visibilidade do eclipse será restrita a áreas específicas do hemisfério sul, sobretudo na Antártica, Nova Zelândia, Austrália e algumas ilhas do Pacífico. No continente antártico, bases de pesquisa terão destaque, com diferentes níveis de cobertura do Sol: a estação Mario Zucchelli observará cerca de 72% de ocultação, enquanto McMurdo verá 69%. Outras áreas, como a plataforma de gelo Ross, alcançarão aproximadamente 65%.
Na Nova Zelândia, o espetáculo poderá ser visto já no nascer do Sol, parcialmente encoberto desde o início. Invercargill terá 72% de cobertura, Christchurch 69%, Wellington 66% e Auckland 60%. Na Austrália, a melhor região de observação será a Ilha Macquarie, com quase 80% do disco solar encoberto. Já em ilhas do Pacífico, como Tonga, Fiji, Ilhas Cook e Samoa, a ocultação variará entre 17% e 32%.
Para quem estiver em áreas de visibilidade, é importante lembrar que observar o Sol diretamente pode causar sérios danos à visão. O uso de óculos comuns, vidros escuros ou filmes fotográficos não é seguro. A recomendação é utilizar óculos especiais certificados para observação solar ou recorrer a métodos indiretos, como a projeção da imagem em superfícies. Essa regra vale para qualquer parte do mundo, inclusive para transmissões locais em ilhas do Pacífico ou estações antárticas.
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Por que nem toda lua nova gera um eclipse?
Um detalhe interessante é que nem toda lua nova provoca um eclipse solar. Isso acontece porque a órbita da Lua é levemente inclinada em relação à da Terra. Assim, em grande parte do tempo, o satélite passa um pouco acima ou abaixo da linha entre Sol e Terra, sem bloquear a luz. Apenas quando o alinhamento é perfeito, como no dia 21 de setembro, ocorre o fenômeno.
Além do aspecto visual, eclipses solares sempre despertaram curiosidade. Para a ciência, eles oferecem oportunidades de estudar a coroa solar e outros aspectos do astro que normalmente ficam invisíveis devido ao brilho intenso. Culturalmente, cada sociedade construiu interpretações próprias: no Brasil, há registros de mitos indígenas que viam o eclipse como uma luta entre divindades solares e lunares. Na Grécia Antiga, poetas e filósofos associavam o fenômeno a transformações cósmicas e sociais.
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Como acompanhar de casa?
Se você está no Brasil, na Grécia ou em qualquer lugar fora da faixa de visibilidade, vale programar-se para acompanhar as transmissões online. Sites e canais especializados em astronomia costumam oferecer imagens em tempo real e explicações detalhadas. Assim, mesmo a distância, é possível apreciar a beleza do evento e compreender melhor como funcionam esses alinhamentos celestes.a tradição que une povos antigos e atuais no fascínio pelo céu.
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