Com a progressiva atenuação do El Niño e a expectativa de um período de neutralidade climática, a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA) indica que La Niña tem 55% de chances de se instaurar entre junho e agosto de 2024.
Este fenômeno, marcado pelo resfriamento das águas do Pacífico Equatorial, promete reestruturar os padrões climáticos de forma ampla, afetando desde as chuvas até as temperaturas em diversas partes do mundo, incluindo o Brasil.
Impactos de La Niña no Brasil
A influência de La Niña no clima brasileiro é complexa e varia regionalmente:
Região Sul
No Sul do país, a expectativa é de uma diminuição nas precipitações, o que pode levar a períodos de seca em estados como o Rio Grande do Sul.
Especialistas da Nottus apontam que, apesar da previsão de secas, os efeitos de La Niña costumam ser mais amenos no primeiro ano de sua ocorrência. Contudo, o Rio Grande do Sul pode se ver particularmente vulnerável a este cenário.
Tal cenário acende um alerta para a agricultura, especialmente para culturas sensíveis à falta de água, como milho e soja, cujas safras podem ser severamente comprometidas.
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Regiões Norte e Nordeste
Contrastando com o Sul, o Norte e o Nordeste podem vivenciar um aumento nas chuvas. Assim, esta mudança é particularmente benéfica para o Nordeste, onde períodos prolongados de seca frequentemente desafiam a segurança hídrica e a produção agrícola.
Além disso, o Matopiba, região agrícola que abrange Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, pode esperar chuvas mais bem distribuídas, favorecendo a próxima safra.
Assim, a expectativa é que La Niña traga um alívio bem-vindo. Com precipitações mais distribuídas que podem ajudar a recarregar reservatórios e sustentar as culturas locais.
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Regiões Sudeste e Centro-Oeste
No Centro-Oeste e Sudeste, o impacto de La Niña tende a ser mais variado. Há possibilidade de atraso no início do período úmido.
No entanto, segundo Desirée Brandt, meteorologista da Nottus, a eventual chegada de chuvas promete ser mais abrangente e volumosa. Então, deve beneficiar a cobertura das plantações e compensar o atraso inicial.
Apesar disso, o excesso de umidade pode trazer desafios, como o aumento de doenças fúngicas nas plantações e dificuldades logísticas nas áreas rurais.
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Impacto na agricultura e a temporada de furacões no Atlântico
O último La Niña, ativo entre 2020 e 2023, já havia causado secas históricas no Sul, afetando lavouras de milho e soja. Assim, a repetição desse fenômeno até 2025 pode trazer desafios semelhantes.
Contudo, a previsão de um La Niña menos intenso sugere uma redução potencial nos impactos negativos sobre a safra 2024/25.
Além dos efeitos diretos sobre o clima regional, La Niña tem uma conexão importante com a atividade de furacões no Atlântico. Historicamente, anos sob a influência de La Niña estão associados a temporadas de furacões mais intensas e numerosas.
Isso se deve, em parte, ao enfraquecimento do cisalhamento do vento e ao aumento da instabilidade atmosférica, que são condições propícias para a formação de ciclones tropicais.
As previsões para 2024 indicam uma temporada de furacões potencialmente ativa, com um número acima da média de tempestades nomeadas e furacões de grande intensidade.
Este cenário exige uma preparação cuidadosa por parte das comunidades costeiras e das autoridades, para mitigar os riscos associados a esses eventos climáticos extremos.
À medida que nos preparamos para essas mudanças, torna-se essencial monitorar as atualizações climáticas e adotar estratégias de adaptação e mitigação eficazes.
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