A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou, por meio de resolução publicada no Diário Oficial da União, a proibição da fabricação, comercialização e distribuição de diversos suplementos alimentares vendidos no Brasil. A medida, anunciada no dia 25 de agosto de 2025, atinge principalmente as marcas Gold Labs e Nutrivitalle, mas também afeta outros produtos populares que estavam sendo divulgados com alegações terapêuticas sem comprovação científica ou aprovação oficial.
As marcas que tiveram venda proibida
Entre os principais alvos da decisão da Anvisa estão:
- Gold Labs
- Nutrivitalle
- Magnésio Dimalato
- Lipo Magre
- Max Beauty
- Magnésio Quelato
- Expectos Mel
- Gestlac
- Max Neural
Além disso, a Goma Hidratada Ekobom foi recolhida voluntariamente após a detecção de estufamento nas embalagens, indicando possível contaminação ou falha no processo de fabricação.
Por que a Anvisa proibiu essas marcas?
A Gold Labs foi impedida de fabricar e comercializar qualquer produto após a identificação de substâncias não autorizadas em sua formulação e pelo registro de efeitos adversos graves relacionados ao consumo de seus suplementos. A agência determinou a suspensão imediata da produção, importação, divulgação, distribuição e uso de qualquer item vinculado à marca.
No caso da Nutrivitalle, os motivos foram a ausência de registro sanitário, a utilização de ingredientes proibidos e a fabricação em uma unidade não identificada oficialmente. Produtos classificados como probióticos também não possuíam a regularização necessária conforme a regulamentação da Anvisa.
Já os demais suplementos, como os das linhas Magnésio Dimalato, Lipo Magre e Max Beauty, foram suspensos por serem divulgados com alegações terapêuticas ou funcionais sem aprovação, o que fere diretamente a legislação sanitária. Produtos desse tipo não podem prometer cura, emagrecimento, rejuvenescimento ou prevenção de doenças sem respaldo técnico validado.
O que são suplementos com alegações terapêuticas?
Suplementos alimentares são produtos destinados a complementar a dieta de uma pessoa e, por regra, não devem ser promovidos como substitutos de medicamentos. No entanto, nos últimos anos, é comum encontrar marcas que anunciam benefícios como:
- Aumento da imunidade
- Queima de gordura localizada
- Combate à insônia ou estresse
- Redução da pressão arterial
- Melhora na saúde intestinal
- Controle da ansiedade
Esses efeitos, quando não respaldados por estudos clínicos e aprovação sanitária, são considerados propaganda irregular. A Anvisa atua justamente para coibir essas práticas, protegendo o consumidor de riscos associados a produtos que não cumprem os requisitos mínimos de segurança e eficácia.
Quais os riscos para a saúde?
Produtos sem registro ou com composição fora dos padrões estabelecidos pela Anvisa podem representar riscos reais à saúde. A ausência de controle pode levar à presença de substâncias em dosagens inadequadas, ingredientes contaminados, compostos tóxicos ou componentes proibidos pela legislação sanitária brasileira.
Quando consumidos, esses suplementos podem desencadear reações adversas que vão desde sintomas leves, como náusea e dor abdominal, até complicações mais graves, incluindo insuficiência hepática, problemas renais, alterações hormonais, aumento da pressão arterial ou até interações perigosas com medicamentos de uso contínuo.
Um caso que chamou atenção recentemente foi o da marca Gold Labs, cujos produtos já haviam sido relacionados a efeitos adversos graves. Essa associação pesou na decisão da Anvisa de proibir sua fabricação, comercialização e distribuição em todo o território nacional.
Como saber se um suplemento é seguro?
Para quem deseja incluir suplementos na rotina de forma segura, o primeiro passo é verificar se o produto está devidamente regularizado. Essa consulta pode ser feita no site oficial da Anvisa (gov.br/anvisa), onde é possível checar se o suplemento tem registro sanitário ativo ou notificação aprovada, se a empresa fabricante está autorizada a atuar no setor, se os ingredientes utilizados são permitidos pela legislação e se a rotulagem e a propaganda estão em conformidade com as normas vigentes.
Além disso, é fundamental não confiar unicamente em relatos encontrados nas redes sociais, mesmo que venham de influenciadores ou celebridades. A melhor forma de evitar riscos é consultar profissionais habilitados, como médicos, nutricionistas ou farmacêuticos, que podem orientar com base em evidências e histórico de saúde individual.
E se eu já tiver comprado algum desses produtos?
Caso tenha algum dos suplementos suspensos pela Anvisa em casa, a recomendação é suspender imediatamente o uso. Imagem: criação brazilgreece.
Se você já adquiriu ou está usando algum dos produtos citados na resolução da Anvisa, como os das marcas Gold Labs, Nutrivitalle, Lipo Magre ou Max Beauty, é necessário interromper o uso imediatamente. Também não se deve repassar o suplemento a terceiros. O ideal é guardar a embalagem, juntamente com o número de lote, pois essas informações podem ser úteis para futuras orientações médicas ou até para a realização de denúncias.
Caso tenha utilizado o produto e apresente sintomas incomuns, é recomendável procurar atendimento médico o quanto antes. A Anvisa disponibiliza ainda a plataforma Notivisa, onde é possível relatar reações adversas causadas por medicamentos e suplementos alimentares.
Vale lembrar que nem todos os casos envolvem risco iminente. Um exemplo recente é o da Goma Hidratada Ekobom, que foi recolhida de forma voluntária após a constatação de estufamento nas embalagens. Embora o problema não represente necessariamente um risco grave, a decisão de retirá-lo do mercado reflete a necessidade de precaução e de respeito aos padrões de segurança sanitária, especialmente em produtos consumidos regularmente.
O que diz a lei?
De acordo com a legislação brasileira, toda empresa que deseja comercializar suplementos alimentares precisa cumprir requisitos específicos de qualidade, origem dos ingredientes, rotulagem e segurança. Além disso, qualquer promessa de efeito terapêutico deve ser validada cientificamente e autorizada pelas autoridades reguladoras.
A veiculação de promessas enganosas pode configurar infração sanitária e até crime contra o consumidor, conforme previsto no Código de Defesa do Consumidor e na Lei nº 6.360/76, que trata da vigilância sanitária de medicamentos e correlatos.
A decisão da Anvisa de proibir suplementos de marcas como Gold Labs e Nutrivitalle chama atenção para um problema crescente: o consumo de produtos sem registro ou com promessas exageradas. O aumento da busca por saúde, beleza e bem-estar tem impulsionado o mercado de suplementos, mas isso exige, em igual medida, responsabilidade por parte das empresas e atenção redobrada por parte dos consumidores.
Antes de incluir qualquer suplemento na rotina, é fundamental buscar informações confiáveis, consultar profissionais de saúde e verificar se o produto segue todas as normas exigidas. Afinal, a promessa de bem-estar não pode colocar em risco aquilo que ela pretende proteger: a sua saúde
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