Você já imaginou tocar a história com as próprias mãos? Este junho traz uma oportunidade quase mítica: o leilão de um dos livros mais antigos do mundo, conhecido como Códice Crosby-Schoyen. Escrito entre 250 e 350 d.C., este documento não é só um testemunho do início da era cristã, como um dos pioneiros a congregar textos sagrados completos em papiro.
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Um dos livros mais antigos do mundo: um pedaço da história
Surgido nos alvores dos primeiros mosteiros cristãos, o livro litúrgico redigido em copta guarda em suas páginas os textos íntegros de dois livros bíblicos. Eugenio Donadoni, especialista em manuscritos da Christie’s, nos lembra do valor incomensurável deste manuscrito, ressaltando sua importância para a compreensão da disseminação inicial do Cristianismo pelo Mediterrâneo.
Este códice testemunhou as primeiras celebrações da Páscoa por monges no Alto Egito. Além disso, também ressoa as vozes de uma fé nascente, aproximadamente um século após a redação do último Evangelho.
Antes de mais nada, o manuscrito em questão faz parte dos célebres Papiros Bodmer, desenterrados na década de 1950 e abrangendo uma diversidade de textos, desde escrituras cristãs e trechos bíblicos a literatura pagã. Destaca-se por conter a primeira epístola completa de Pedro, o Livro de Jonas, e uma homilia de Páscoa, cobrindo 104 páginas – ou 52 folhas – meticulosamente escritas ao longo de quatro décadas por um escriba dos primeiros tempos do Cristianismo.
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Preservado através do tempo
O clima árido do Egito é o responsável por ter preservado esta relíquia até os nossos dias. Assim, o códice encontrou seu caminho para a Universidade do Mississippi nos EUA. Isso antes do renomado colecionador norueguês Martin Schoyen o adquirir em 1988, parte agora de um dos maiores acervos de manuscritos do planeta.
Por fim, este tesouro estará exposto na Christie’s de Nova Iorque antes ir a Londres para o leilão. Além disso, estimativas sugerem que o códice será arrematado por um valor entre 2,4 milhões e 3,5 milhões de euros.
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