Quando ouvimos a palavra “radioatividade”, logo pensamos em acidentes nucleares, em usinas ou em máquinas de raio-X. A ideia, na maioria das vezes, é de algo perigoso e até assustador. No entanto, o que pouca gente imagina é que existem objetos comuns, usados no dia a dia, que também são radioativos.
A boa notícia é que, na maioria dos casos, os níveis de radiação presentes nesses itens são tão baixos que não oferecem risco à saúde. Pelo contrário, a radioatividade, quando usada de forma controlada, pode ser muito útil. Ela está presente em tratamentos médicos, na conservação de alimentos e até na agricultura.
Ou seja: vivemos cercados por pequenas doses de radiação natural. Isso não significa que estamos em perigo, mas sim que a radioatividade faz parte do mundo ao nosso redor de formas que muitas vezes nem percebemos.
A seguir, conheça oito exemplos de coisas radioativas que talvez você nunca tenha imaginado.
1. Relógios que brilham no escuro
Muitos relógios antigos, especialmente os de ponteiro, tinham mostradores que brilhavam no escuro. Para isso, eram utilizados elementos como trítio ou promécio-147. Esses materiais emitem uma radiação de baixa intensidade, suficiente para gerar o efeito luminoso.
Atualmente, essa prática é menos comum, mas ainda existem modelos que usam pequenas quantidades de substâncias radioativas para o mesmo propósito.
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2. Bananas
Sim, aquela fruta que você come quase todos os dias é radioativa. O motivo está no potássio, mais precisamente no isótopo potássio-40. Ele está presente em diversas frutas e vegetais, mas as bananas são as mais conhecidas por essa característica.
Claro, isso não significa que comer bananas faz mal. Para que houvesse algum risco à saúde, seria necessário consumir milhares delas de uma só vez. Então, pode continuar saboreando a sua sem preocupação.
3. Pasta de dente antiga
Entre as décadas de 1920 e 1940, algumas pastas de dente fabricadas na Alemanha incluíam tório em sua fórmula. A ideia era aproveitar supostos benefícios estéticos e terapêuticos do elemento. Hoje sabemos que isso não fazia sentido e poderia ser arriscado, por isso o uso foi abandonado.
Atualmente, não há motivo para preocupação: as pastas de dente modernas não contêm substâncias radioativas. Esse exemplo serve apenas como curiosidade histórica.
4. Papel brilhante de revistas
As revistas com páginas brilhantes e coloridas, que chamam atenção pelo acabamento, também podem conter baixos níveis de radioatividade. Isso acontece porque o caulim, um mineral usado na fabricação desse tipo de papel, pode conter pequenas quantidades de urânio e tório.
O risco é insignificante, já que as doses são mínimas. Mas, ainda assim, é curioso pensar que até um objeto tão comum pode carregar traços de radiação.
5. Areia de gato
Quem tem gatos em casa sabe da importância da caixinha de areia. O que muitos desconhecem é que alguns tipos de areia, especialmente os feitos de bentonita ou argila, possuem isótopos naturais que emitem radiação em níveis extremamente baixos.
Isso não representa perigo para os animais nem para os donos. A radioatividade está presente de forma natural em diversos minerais encontrados no solo.
6. Sinais luminosos de saída
As plaquinhas de saída de emergência que brilham no escuro, muito comuns em cinemas, teatros e prédios comerciais, funcionam graças ao trítio. Esse gás radioativo é colocado dentro das placas para que elas emitam luz mesmo sem energia elétrica.
O trítio emite radiação de baixa energia e, quando está confinado dentro do material, não oferece riscos à saúde. É uma forma prática e segura de garantir visibilidade em situações de emergência.
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7. Bancadas de granito
As famosas bancadas de granito, tão presentes em cozinhas e banheiros, também podem ser levemente radioativas. Isso porque o granito contém urânio e tório, que liberam radônio, um gás natural resultante do processo de decaimento radioativo.
Apesar disso, as quantidades emitidas são pequenas demais para trazer riscos no dia a dia. Ainda assim, esse é um exemplo claro de como a radioatividade está presente em elementos naturais que usamos sem nem perceber.
8. Javalis da Europa
Esse é um caso curioso e específico. Após o acidente nuclear de Chernobyl, em 1986, parte da fauna e da flora europeia foi afetada pela radiação liberada. Entre os animais contaminados estão os javalis encontrados em países como Alemanha e Suécia.
Até hoje, alguns desses animais apresentam níveis de radioatividade mais altos que o normal, resultado da exposição ao solo e à vegetação contaminados pelo desastre.
Radioatividade: vilã ou aliada?
Como vimos, a radioatividade não está apenas em usinas nucleares ou máquinas hospitalares. Ela faz parte da vida cotidiana de formas naturais ou controladas. Em doses baixas, não representa ameaça, e em muitos casos, é até essencial.
No Brasil e na Grécia, assim como em tantos outros países, a ciência tem utilizado a radioatividade para curar doenças, melhorar a produção agrícola e garantir avanços tecnológicos. O segredo está na forma como ela é usada.
Assim, da próxima vez que você comer uma banana ou apoiar a mão em uma bancada de granito, lembre-se: a radioatividade está por perto, mas não como inimiga. Muitas vezes, ela é apenas mais um detalhe invisível do nosso mundo.
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