Quem tem um cachorro ou gato em casa já deve ter se pego contando o dia para o pet, fazendo perguntas ou até imitando vozes para responder por eles. Pode parecer apenas um hábito fofo ou curioso, mas a psicologia indica que essa prática diz muito sobre o nosso jeito de ser, e vai além do afeto pelos animais.
Conversar com os pets é sinal de inteligência emocional
Esse comportamento, comum em lares brasileiros e também observado em países como a Grécia, onde os animais de estimação são tratados como verdadeiros membros da família, está relacionado a níveis mais altos de empatia e inteligência emocional. Pessoas que falam com seus animais de estimação tendem a ser mais sensíveis aos sentimentos dos outros, inclusive de humanos.
Segundo especialistas, esse tipo de interação contribui para o desenvolvimento de habilidades sociais. Isso porque, ao tentar entender os gestos, expressões e reações dos pets, os tutores treinam a própria capacidade de perceber emoções e responder a elas de forma cuidadosa.
Em outras palavras, ao conversar com seu cachorro ou gato, a pessoa não está apenas expressando carinho. Ela está exercitando uma escuta ativa e aprendendo a lidar melhor com as emoções, suas e dos outros.
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O papel do “antropomorfismo” no vínculo com os animais
Atribuir características humanas aos pets, como sentimentos, intenções ou pensamentos, é um comportamento chamado de antropomorfismo. No caso dos tutores, isso geralmente se manifesta em frases como “ele está bravo comigo” ou “ela está com ciúmes”.
Esse hábito pode parecer exagerado, mas está longe de ser um problema. Ele ajuda na criação de vínculos mais fortes com os animais, estimula o cuidado e até reforça o senso de responsabilidade. Afinal, quando enxergamos os pets como parte da família, naturalmente passamos a dedicar mais tempo e atenção a eles.
Além disso, imaginar conversas com os bichos ativa regiões do cérebro ligadas à criatividade. Criar histórias, fazer vozes e interpretar reações dos pets são formas simples de manter a mente ativa, algo especialmente importante em tempos de rotinas aceleradas e excesso de estímulos digitais.
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Laços sociais que começam com um “bom dia” ao pet
Outro ponto curioso: falar com os animais pode melhorar a convivência com as pessoas. Isso acontece porque os pets funcionam como pontes sociais. Em praças, feiras e até cafés pet friendly, cães e gatos ajudam a aproximar pessoas que talvez nunca conversassem entre si.
Muitos tutores relatam que começaram amizades ou reencontraram o prazer de socializar justamente durante passeios com os animais. A linguagem dirigida aos pets, geralmente afetuosa e descontraída, ajuda a quebrar barreiras e torna esses momentos mais leves, favorecendo a empatia entre desconhecidos.
Além disso, conversar com os animais oferece um senso de rotina e propósito. Para quem vive sozinho ou enfrenta momentos difíceis, esses pequenos diálogos trazem conforto e diminuem a sensação de isolamento.
A personalidade de quem conversa com os animais
Pessoas que conversam com os animais têm uma personalidade “especial”. Foto: Freepik.
Embora não se possa generalizar, estudos e observações psicológicas mostram que pessoas que falam com seus pets costumam ter alguns traços em comum:
- São mais sensíveis às emoções dos outros, tanto animais quanto humanas.
- Têm mais facilidade para se colocar no lugar do outro, mesmo que esse outro não fale a mesma língua.
- Demonstram altos níveis de cuidado e responsabilidade, pois tendem a perceber sinais sutis de desconforto ou alegria nos animais.
- Valorizam vínculos emocionais profundos, mesmo com seres que não usam palavras.
- Têm imaginação ativa, criando contextos, cenários e diálogos que enriquecem o cotidiano.
Embora cães e gatos não compreendam a linguagem humana da mesma forma que as pessoas, eles captam o tom de voz, a expressão facial e a linguagem corporal. Por isso, mesmo que não entendam exatamente o que dizemos, eles percebem a intenção por trás das palavras.
Falar com o pet usando voz suave e repetitiva, por exemplo, pode acalmar o animal. Já um tom mais animado é capaz de despertar atenção e empolgação. Ou seja, mesmo sem “responder”, o animal participa ativamente desse tipo de interação.
E, para os humanos, essa troca gera efeitos semelhantes aos de uma conversa real: reduz o estresse, regula o humor e ajuda a organizar os próprios pensamentos, especialmente quando a fala acontece em voz alta.
Portanto, se você se pega conversando com seu pet, criando diálogos imaginários ou explicando como foi o seu dia, não há motivo para estranhamento. Na verdade, isso pode indicar que você está cultivando empatia, criatividade e vínculos afetivos saudáveis.
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