Setembro marca o início da primavera, e com a nova estação chegam também boas notícias para quem deseja economizar nas compras do mês. A previsão é de queda nos preços de diversos produtos alimentícios, especialmente frutas, legumes, verduras e carnes. Para o consumidor, essa é uma oportunidade de aliviar o orçamento sem abrir mão de itens básicos da alimentação.
Frutas e hortaliças mais baratas com a nova estação
Com o clima mais ameno e o aumento da oferta de safras típicas do período, o mês de setembro pode trazer alívio nos preços de vários alimentos frescos. Entre os principais destaques estão o tomate, o pimentão, a berinjela, o repolho, a alface, a couve e o alho nacional. Todos esses produtos costumam ter maior disponibilidade nesta época do ano, o que impacta diretamente nos valores cobrados nos supermercados.
As frutas também entram na lista de itens com tendência de queda. Manga, melão, banana-nanica, morango e mexerica murcote devem chegar às prateleiras com preços mais competitivos. Além dessas, uva, mamão, abacaxi, pêssego e jabuticaba ganham força no período, devido à colheita intensificada.
A explicação para essa redução é simples: com mais produtos disponíveis, os supermercados precisam ajustar os preços para atrair consumidores e girar os estoques, criando um cenário favorável para quem busca abastecer a despensa com alimentos mais frescos e acessíveis.
Leia mais: Um punhado de arroz cru pode transformar o seu setembro
E os preços das carnes e do café?
Outro ponto positivo é a expectativa de redução nos preços da carne bovina e do frango. Isso pode acontecer devido a mudanças no comércio internacional, como barreiras tarifárias impostas pelos Estados Unidos, que podem reduzir a exportação brasileira desses itens e aumentar a oferta no mercado interno. O resultado tende a ser a diminuição dos preços para o consumidor brasileiro.
O café, um dos produtos mais consumidos no país, também apresentou queda nos últimos meses e pode continuar nesse ritmo em setembro. Segundo dados recentes, a bebida teve deflação registrada em estabelecimentos do Rio de Janeiro e deve manter esse comportamento em outras regiões.
Cesta básica, um cenário de leve alívio
Apesar de ainda figurar entre as mais caras do país, a cesta básica apresentou recuo nos últimos meses, especialmente no Rio de Janeiro. Segundo dados da Fundação Getulio Vargas, o preço médio caiu quase 6% no semestre. Essa redução representa um fôlego importante para famílias que enfrentam um orçamento apertado.
No entanto, a composição da cesta básica nem sempre reflete o perfil de consumo de todas as famílias. Por isso, é essencial avaliar se os itens incluídos realmente serão utilizados. Comprar um conjunto fechado pode sair mais caro do que adquirir os produtos separadamente em promoções ou optar por marcas mais baratas.
Como os brasileiros estão lidando com os preços?
Diante desse cenário, os brasileiros têm mudado a sua forma de fazer compras. Imagem: brazilgreece.
A alta acumulada dos alimentos fez com que o comportamento do consumidor mudasse. Hoje, é cada vez mais comum ver pessoas pesquisando promoções, comprando em mercados de bairro e aproveitando aplicativos de desconto. Uma pesquisa no Rio de Janeiro mostra que 62% dos consumidores estão indo a mais de um supermercado para economizar.
A mudança de hábitos se reflete no carrinho de compras. Muitos estão priorizando apenas os itens essenciais e deixando de lado produtos considerados supérfluos, como cervejas artesanais ou alimentos mais elaborados. Há também um movimento crescente de substituição de marcas conhecidas por marcas próprias dos supermercados, que muitas vezes custam até 30% menos e entregam boa qualidade.
Leia mais: Por que as azeitonas são tão importantes na Grécia? A mitologia grega explica
Organização é a chave para gastar menos
A economista Bia Barkus defende que o planejamento é o primeiro passo para economizar. Fazer uma lista antes de sair de casa, definir um valor máximo a gastar e montar um cardápio semanal são atitudes que ajudam a manter o foco e reduzem o desperdício.
Outro ponto importante é conhecer os dias de promoção dos mercados da região. Produtos frescos, como carnes e hortifrútis, costumam ter ofertas específicas em determinados dias da semana. Aproveitá-las pode gerar uma economia significativa no fim do mês.
Além disso, combinar compras mensais e semanais é uma estratégia eficiente. Itens não perecíveis podem ser adquiridos em maior quantidade, enquanto frutas e verduras devem ser comprados com mais frequência, para garantir frescor e evitar perdas.
O impacto da inflação e os sinais de mudança
De acordo com o IBGE, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) de agosto apontou uma redução de 0,14% na prévia da inflação. Dentro do grupo de Alimentação e Bebidas, houve uma queda de 0,53%, com destaque para alimentos consumidos em casa, que caíram 1,02%. Essa é a terceira redução mensal consecutiva no setor, indicando uma tendência positiva para os próximos meses.
Entre os itens que mais contribuíram para essa desaceleração estão a manga, com queda de mais de 20%, batata, cebola, tomate, arroz e carnes. Esses produtos estão entre os mais consumidos no dia a dia, e qualquer variação em seus preços tem impacto direto no orçamento familiar.
Economia com estratégia, não com sacrifício
Em momentos de instabilidade econômica, é natural que as famílias busquem formas de reduzir despesas. No entanto, especialistas destacam que é possível manter uma alimentação equilibrada sem comprometer a qualidade do que se consome.
Estar atento às promoções, comparar preços por quilo ou litro, participar de programas de fidelidade e utilizar cupons digitais são atitudes simples que ajudam a fazer o dinheiro render mais.
A primavera pode ser um bom momento para rever os hábitos de compra e aproveitar as oportunidades que surgem com a maior oferta de alimentos. Em vez de abrir mão do que se gosta, a dica é fazer escolhas mais conscientes, adaptando o cardápio à realidade da estação e do bolso.
0 comentários