Os antigos gregos podem não ter tido a tecnologia de hoje, mas existem provas escritas de que sabiam muito sobre nutrição. E também parece que sabiam bem que a nutrição era o alfa e o ómega para construir o corpo ideal.
Alguns podem se perguntar: “Mas os antigos gregos comiam muito?” Em alguns casos, sim, mas a questão principal é o que exatamente comiam e os ajudava a ter tais corpos.
Sabiam que o exercício por si só não era suficiente para alcançar o corpo perfeito. E por mais estranho que pareça, o que comiam ainda hoje está na nossa mesa.
“Mente sã em corpo são”: o ditado intemporal que resume a filosofia dos antigos gregos sobre o equilíbrio entre a saúde mental e física.
Para os antigos gregos, o exercício não era apenas uma opção de bem-estar, mas uma prática diária e um modo de vida. Com a alimentação, era a mesma coisa: frugal, com moderação, mas rica em valor nutricional.
No entanto, os antigos gregos não comiam muito. Pelo contrário, davam ênfase à qualidade dos alimentos e ao seu efeito benéfico no corpo e na mente. Muitos dos alimentos que consumiam continuam a ter lugar na dieta moderna, devido aos seus valiosos nutrientes.
O que os gregos antigos comiam para manter o corpo
Vejamos quatro alimentos básicos que eram parte integrante da dieta diária dos gregos, especialmente para aqueles que se dedicavam aos esportes:
Mel
O tesouro doce natural da antiguidade, o mel era usado para energia imediata. Com propriedades antioxidantes e antibacterianas, era uma espécie de “suplemento natural”.
Amêndoas
Ricas em vitamina E, magnésio e gorduras boas, as amêndoas melhoravam a função cerebral, ao mesmo tempo que ofereciam energia e saciedade.
Peixe
Fonte de proteínas e ácidos gordos ómega-3, o peixe ajudava a fortalecer a saúde cardiovascular e a manter a massa muscular. Era um alimento básico para força e resistência.
Frango
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Até mesmo cortes mais gordurosos eram aceitos na dieta. Com alto teor de proteína, o frango era uma escolha ideal para o fortalecimento muscular e recuperação pós-exercício.
Os antigos gregos tinham um conhecimento impressionante sobre as propriedades dos alimentos e os seus efeitos na saúde. Embora não dispusessem do método científico moderno, desenvolveram uma abordagem holística à nutrição, combinando observação, filosofia e medicina.
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Exemplos que comprovam os gregos antigos sabiam o que comiam
Hipócrates (460–370 a.C.), considerado o “pai da Medicina”, acreditava firmemente que “o teu remédio é o teu alimento e o teu alimento é o teu remédio”. Inclusive, registrou muitos conselhos nutricionais e considerava que uma dieta equilibrada era a base da saúde.
Eles acreditavam que os alimentos tinham propriedades quentes ou frias. Por exemplo, o mel era considerado aquecedor e revigorante, enquanto o pepino era frio e refrescante. Esta visão baseava-se na ideia dos “quatro humores”.
A teoria dos humores no corpo humano reflete os quatro elementos terrestres: ar, fogo, terra e água. O corpo humano é composto por quatro substâncias (humores): bílis amarela (fogo), bílis negra (terra), sangue (ar) e fleuma (água). Estes humores devem estar em equilíbrio para que o nosso corpo esteja saudável.
Uso de ervas e especiarias
O orégão, a hortelã, o tomilho e o alho não eram usados só para dar sabor. Eles também eram usados pelas suas propriedades terapêuticas. O alho, por exemplo, era conhecido pela sua ação antisséptica.
Nutrição e ética
Os filósofos (como Pitágoras e Platão) frequentemente associavam a nutrição à ética e à pureza espiritual. Aliás, Pitágoras era vegetariano e considerava que a abstinência de carne levava à elevação espiritual.
Leite e laticínios
Eram considerados alimentos “frios” e mais adequados para os mais jovens ou para pessoas que queriam “acalmar” o corpo. Hipócrates aconselhava moderação, pois em excesso causavam “fleuma” e sensação de peso.
Mel
Chamavam-lhe “alimento dos deuses”. Tinha lugar tanto na nutrição como na medicina (como antisséptico, expectorante, etc.). Acreditavam que ajudava na longevidade e na energia.
Pão
Tinham uma grande variedade: com mel, com ervas, com azeitonas, etc. Acreditavam que o pão de farinha grossa (não muito processada) era mais saudável.
Cebola e alho
Preciosos para os soldados e atletas, pois eram considerados revigorantes. O alho era antisséptico, ajudava na circulação sanguínea e até afastava os “maus espíritos”, segundo os gregos antigos.
Uvas e vinho
O vinho era “medicinal” em pequenas doses, claro, e ajudava na digestão e no relaxamento mental. Hipócrates recomendava-o diluído em água. Além disso, consideravam que as uvas eram purificadoras para o corpo.
Peixe
Assunto complexo. Alguns o consideravam extremamente saudável, outros “luxuoso” e não adequado para filósofos. Platão, por exemplo, o via como um sinal de excesso e prazer.
Carne
Comiam, mas com moderação. Muitos filósofos, como os pitagóricos, abstinham-se completamente. Acreditavam que o consumo de carne fortalecia os desejos e afastava o homem da espiritualidade.
Ervas e plantas medicinais
Elas eram a base da farmacologia. Inclusive, havia registro de centenas de ervas com uso terapêutico. Por exemplo, a manjerona para distúrbios estomacais, a hortelã para a dor de cabeça, a lúcia-lima para a digestão.
Por fim, agora vocês sabem os segredos dos gregos antigos para ter um corpo perfeito! Já imaginava?
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