Onde fica hoje a misteriosa Ilha de Thule da mitologia grega?

Veja os relatos gregos.

A mitologia grega tem muitos mistérios e, um deles é a ilha de Thule. Esse lugar é um enigma que perdura através dos séculos e ocupa um lugar especial na mitologia e na história da exploração. Por isso, aqui separamos alguns dos mistérios e das histórias que cercam Thule.

Onde fica a Ilha de Thule

Descrita nas fontes clássicas, Thule é frequentemente mencionada como uma ilha situada nos confins do mundo conhecido da Antiguidade. Suas localizações variam conforme as interpretações, podendo estar na Europa Setentrional, nas ilhas Órcades ou Xetlândia, na Escandinávia, Islândia ou mesmo na Groenlândia. Em épocas medievais, Ultima Thule se referia a lugares distantes. Além das fronteiras do mundo conhecido, sendo um termo também aplicado à Groenlândia.

Píteas, um antigo explorador grego, foi um dos primeiros a descrever Thule. Durante suas viagens entre 330 e 320 a.C., ele navegou para o norte da Grã-Bretanha, visitando as ilhas das Hébridas, Orkneys e Shetlands. Após seis dias de navegação adicional, ele teria alcançado Thule. Píteas descreveu o povo da ilha como simples agricultores que viviam de grãos, raízes e mel. Além disso, mencionou fenômenos como a ausência de noite no verão e a não ocorrência do nascer do sol no inverno.

Thule também aparece na obra do historiador grego Pseudo-Scylax, que a descreve como uma ilha grande e próspera, com um clima ameno e abundância de recursos naturais. Assim, segundo Pseudo-Scylax, Thule era habitada por um povo chamado Thulitae, que viviam em casas de madeira e praticavam a agricultura e a criação de animais. Ou seja, algo parecido com o que Píteas relatou.

Além disso, a ilha também aparece nas obras do historiador grego Ptolomeu e do explorador romano Júlio César. Ambos, assim como Píteas viam Thule como uma terra fria e inóspita. Dessa forma, essas descrições contribuíram para a imagem de Thule como uma terra distante e misteriosa.

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Ela existiu mesmo?

As descrições de Píteas foram recebidas com ceticismo por muitos autores posteriores, como Políbio e Estrabão, que duvidaram da existência de Thule. Apesar disso, a ilha continuou a capturar a imaginação, com relatos posteriores localizando-a próximo à Irlanda, Grã-Bretanha, Islândia ou Escandinávia. Na Idade Média, o nome Thule foi aplicado à Islândia.

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Thule na mitologia grega

Apesar da incerteza sobre sua localização real, a ilha de Thule desempenhou um papel importante na mitologia grega. Ela era um lugar de descanso para os heróis mortos e também associava-se ao deus grego Apolo. Assim, segundo a lenda, Apolo teria visitado Thule durante seu exílio e construído um templo em homenagem a si mesmo.

Hiperbórea, outra lenda?

Semelhante à Thule, Hiperbórea era outra lenda que falava de um lugar mítico ao norte, um paraíso onde o sol nunca se punha. Acreditava-se que seus habitantes vivessem vidas longas e felizes, e algumas teorias modernas associam Hiperbórea a civilizações avançadas ou até a origens extraterrestres da humanidade.

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Thule hoje

Nos tempos modernos, a palavra Thule tem sido associada aos Inuit da Groenlândia e a algumas ilhas no Oceano Atlântico Sul. Além disso, o termo Ultima Thule, cunhado por Virgílio, continua tendo uso para descrever regiões distantes ou desconhecidas. Até mesmo na ciência e nas explorações espaciais modernas, Thule evoca a ideia de ultrapassar os limites conhecidos e explorar o desconhecido.

Ou seja, essa ilha não é apenas uma localização na geografia. Na verdade, ela simboliza a procura constante do ser humano pelo desconhecido e pelo místico. Além disso, é um exemplo de como a mitologia grega pode estimular a nossa eterna busca por novos horizontes.

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