Quando a mitologia grega acabou e começou a história de verdade?

Na Grécia Antiga, a transição da mitologia para a história é algo que deixa dúvidas em muitas pessoas.

A mitologia grega, com todas a histórias e os seus deuses gregos vem servindo de lição de vida para muitos até os dias atuais. Na verdade, por muito tempo, os gregos adoravam os seus deuses e algumas crenças permanecem vivas até hoje. Mas, quando as narrativas mitológicas da Grécia Antiga cederam espaço para os registros históricos concretos? Será que é possível definir esse momento da separação entre o mundo mitológico e a história real? Ao contrário do que muitos podem pensar, a transição de mitologia para história não é um divisor de águas claro na cultura grega, sendo objeto de estudos até os dias atuais.

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Divisão entre mitologia e história da Grécia Antiga

Durante a Era Arcaica, que começou por volta de 750 a.C., ainda encontramos uma rica veia de mitologia entrelaçada com os fatos históricos. Um exemplo vívido é a fundação de Taranto, no sul da Itália. Conhecida pelos gregos como Taras, a cidade carrega o nome de seu fundador mítico, que, segundo relatos, seria filho do deus Poseidon e uma ninfa local. Assim, a história conta que Taras, após sobreviver a um naufrágio com a ajuda de um golfinho enviado por seu pai, fundou a cidade nesse exato local.

Esse relato é claramente mitológico, mas o intrigante é que Taras foi fundada durante a própria Era Arcaica, muito depois do que consideramos o fim da Era Micênica, tipicamente associada à mitologia grega. Da mesma forma, o famoso Byzantium, mais tarde conhecido como Constantinopla, foi fundado por Byzas — outro personagem cercado de mitos, como ser filho de uma ninfa ou de descendentes divinos.

Avançando até o período de figuras históricas como Periander de Corinto, encontramos Arion, su a Arion firmemente dentro da história registrada da Grécia. Indicando que as narrativas mitológicas continuaram sendo desenvolvidas e transmitidas paralelamente aos eventos históricos.

Mesmo na época de Alexandre, o Grande, cerca de 332 a.C., relatos de fenômenos considerados portentos divinos ainda eram comuns. Por exemplo, o monstruoso salto de um “monstro marinho” — possivelmente uma baleia — durante o cerco de Tyre.

Assim, observamos que a mitologia grega não se encerrou com o fim da Era Micênica. Na verdade, continuou a florescer e evoluir, entrelaçada com a história grega até bem depois. Assim, atravessou a Era Arcaica e persistindo até períodos historicamente documentados. Por isso, é tão difícil definir o momento exato em que ocorreu uma separação entre a mitologia grega e a história da Grécia Antiga.

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