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Reclama o tempo todo? Veja o que isso revela sobre sua personalidade

Pessoas que reclamam o tempo todo têm uma razão para isso...
| Em 12/11/2025 às 12:20
Veja o que reclamar o tempo todo revela sobre alguém. Foto: Freepik.

Quem nunca soltou um desabafo sobre o trânsito, o calor insuportável ou aquela fila que parece não andar nunca? Reclamar é humano. É uma forma de aliviar o estresse, dividir frustrações e buscar um pouco de compreensão. Mas quando o ato de reclamar deixa de ser pontual e passa a ocupar espaço demais no dia a dia, pode estar sinalizando algo mais profundo.

A psicologia tem observado esse comportamento com atenção e aponta uma possível explicação: o vitimismo crônico, um padrão mental em que a pessoa se vê constantemente como vítima das circunstâncias e, sem perceber, se prende a uma visão negativa da vida.

Quando reclamar deixa de ser apenas um desabafo

Mulher reclamando.

Às vezes reclamar vai além de um simples desabafo. Foto: Freepik.

Reclamar, de vez em quando, é saudável. Serve como uma válvula de escape emocional. O problema surge quando a reclamação se torna o principal modo de se comunicar com o mundo.

Há pessoas que parecem sempre estar em guerra com a vida, nada está bom, tudo dá errado, e o culpado está sempre fora de si. Nesse ponto, o hábito deixa de ser apenas uma reação momentânea e passa a refletir uma postura de vitimização.

Quem vive nesse padrão tende a enxergar o mundo como injusto. As dificuldades parecem vir de todos os lados, e a pessoa se sente sem controle sobre o próprio destino. A queixa, então, se transforma em uma espécie de muleta emocional, algo que oferece conforto temporário, mas que, no longo prazo, alimenta ainda mais a sensação de impotência.

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As raízes do vitimismo

Ninguém se torna vítima crônica de um dia para o outro. Esse padrão costuma ter raízes profundas: experiências dolorosas, traumas não resolvidos ou até modelos familiares aprendidos desde cedo.

Muitas vezes, a pessoa percebe que, ao reclamar, ganha atenção, carinho ou cuidado, e isso se transforma em um tipo de recompensa emocional. Com o tempo, esse ciclo se repete e se fortalece.

Além disso, quem vive nessa lógica passa a enxergar tudo sob uma lente negativa. Um comentário neutro parece uma crítica, uma opinião diferente soa como ataque, e qualquer contratempo vira prova de que o mundo está contra si. É como se houvesse um filtro mental que distorcesse a realidade.

O impacto nas relações

Viver reclamando não afeta apenas quem reclama, desgasta também quem está por perto. Amigos, colegas e familiares podem se sentir esgotados, frustrados e até culpados por não conseguir ajudar.

No trabalho, isso gera tensões e um clima de desmotivação. Em casa, pode minar relações e afastar pessoas queridas. E o mais triste é que, ao transferir a responsabilidade para os outros, quem reclama perde o próprio poder de ação. A vida parece travar, e a autoestima começa a se corroer.

Caminhos para quebrar o ciclo

O primeiro passo é o reconhecimento. Muitas vezes, a pessoa nem percebe que vive se queixando. Prestar atenção nas próprias falas, observar padrões e refletir sobre o que desperta tanta insatisfação pode abrir uma porta para a mudança.

A psicoterapia é uma grande aliada nesse processo. Abordagens como a terapia cognitivo-comportamental ajudam a identificar pensamentos automáticos negativos, reformular crenças e lidar com frustrações de maneira mais construtiva.

Outro ponto essencial é desenvolver o senso de responsabilidade. Isso não significa se culpar por tudo, mas entender que cada um tem poder de escolha sobre a própria vida. E assumir esse poder é libertador. É o que transforma a queixa em ação e o problema em aprendizado.

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O papel de quem está por perto

Amigos e familiares podem ajudar, mas com equilíbrio. Estabelecer limites é também uma forma de cuidado. Reforçar comportamentos positivos, reconhecer pequenas mudanças e não alimentar reclamações sem fim são atitudes que, aos poucos, ajudam a quebrar o padrão.

A ideia não é abandonar a pessoa, mas ajudá-la a perceber que há outras formas de lidar com o que incomoda, formas mais leves, mais produtivas e, principalmente, mais saudáveis.

Um olhar cultural: o jeito de reclamar à brasileira (e à grega)

Tanto no Brasil quanto na Grécia, países de laços afetivos fortes e vida social intensa, reclamar pode ter um tom de humor e cumplicidade. É comum ouvir desabafos sobre política, clima ou cotidiano nas rodas de conversa, cafés ou almoços em família. Em muitos casos, é até uma forma de se conectar.

Mas há uma diferença entre o desabafo bem-humorado e a reclamação constante que consome energia. O cuidado está em perceber quando o tom leve se transforma em um padrão pesado e repetitivo.

Reclamar faz parte da vida, e tudo bem. É uma forma de dizer “isso me incomoda” e buscar empatia. Mas transformar a queixa em um modo de viver pode tornar o caminho mais difícil.

Aprender a olhar para dentro, assumir responsabilidade e encontrar novas maneiras de lidar com os desafios é o que nos liberta do vitimismo e nos aproxima de uma vida mais leve, autêntica e equilibrada.

Em um mundo acelerado e cheio de pressões, desenvolver essa consciência é mais do que um ato de maturidade emocional, é um gesto de autocuidado.

  • Konstantinos P.

    Grego, morou na Grécia por quase toda a sua vida e em Londres por 3 anos. Trabalhou como Bar Manager, Bartender e Barista em Londres e na Grécia. Além de ter trabalhado nas melhores cozinhas e bares de Londres e da Grécia. Participou de renomados cursos na área e compartilhou o seu conhecimento com seus alunos pela Europa. Por ser apaixonado pelo seu país, encontrou por meio da escrita uma forma de compartilhar com os brasileiros o seu conhecimento sobre viagens, história, cultura, mitologia grega e culinária geral, trazendo o melhor da Grécia para vocês.

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