Você já sabia que arqueólogos encontraram naufrágio mais antigo e intacto no fundo do Mar Negro em outubro de 2018? O navio remonta a pelo menos 2.400 anos atrás. Está a uma profundidade de cerca de 2 km e está em excelente estado.
As velas, os lemes e os remos estavam praticamente intactos. Segundo os arqueólogos, sua preservação se deve à falta de oxigênio nessa profundidade.
Mas, como a falta de oxigênio pode preservar o naufrágio mais antigo, no fundo do mar?
A falta de oxigênio pode preservar um naufrágio no fundo do mar porque ela retarda a oxidação e a decomposição. Normalmente, o oxigênio é um fator essencial que contribui para a corrosão e a degradação dos materiais, especialmente os metais. Assim, no fundo do mar, onde não tem muito oxigênio, especialmente em águas profundas ou áreas menos acessíveis, esse processo é significativamente mais lento. Então, estruturas como naufrágios podem permanecer relativamente intactas por períodos mais longos, protegidas da deterioração rápida que ocorreria em ambientes mais oxigenados.
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Qual é a origem desse navio?
O “Guardian” britânico relatou a descoberta de um navio grego antigo de 23 metros, encontrado a mais de 1.600 metros de profundidade. Ele estava com mastro, leme e posições dos remadores intactos.
“Um navio que sobrevive intacto desde a antiguidade clássica, a uma profundidade de cerca de 2 km, é algo que eu nunca consideraria possível”, disse o professor John Adams, líder pesquisador do Black Sea Maritime Archaeology Project (MAP) para o Mar Negro, da equipe que fez a descoberta.
Além disso, de acordo com as primeiras evidências, acredita-se que o navio era comercial e semelhante ao representado no famoso “Vaso das Sereias”, em exposição no Museu Britânico. Esta obra-prima de cerâmica, também conhecida como Siren Vase, data de 480-470 a.C.
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De quem era esse navio?
Esse navio representa a embarcação de Odisseu, amarrado ao mastro para ouvir o canto das sereias. O naufrágio foi encontrado a 80 km da costa, indicando que os antigos marinheiros navegavam em mar aberto, não apenas perto da costa. Kroum Batchvarov, que trabalhou no projeto, destacou a descoberta notável do navio inteiro, com mastros e lemes em posição, um achado único e o primeiro do seu tipo já encontrado.
Neste naufrágio, os exploradores descobriram as cordas em caracol que deixou o piloto do navio.
O naufrágio mais antigo do mundo também é grego: trata-se do naufrágio encontrado na ilha Dokos, descoberto em 1975 e datado de cerca de 2500 a.C., no período proto-heládico.
Embora vestígios do próprio navio não tenham sido preservados, os arqueólogos recuperaram vasos e cacos, além de mós e lâminas de obsidiana da ilha de Milos.
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