Álcool ou gasolina, eis a questão. Os carros flex trouxeram, sem dúvidas, um alívio para o bolso de proprietários e proprietárias de veículos. Sobretudo, em épocas de alta nos preços de combustível. Mas, na prática, você sabe qual é o mais econômico para o seu carro? Uma pergunta válida, principalmente quando há variações de preço entre postos e regiões.
Nos últimos dias, o preço médio do etanol tem se apresentado estável em todo o país, segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Em São Paulo, as bombas mostravam, em média, o valor de R$ 3,42.
Por outro lado, houve quedas e altas em alguns estados, como no Amapá, onde o litro caiu de R$ 5,19 para R$ 4,94. Já no Tocantins, subiu de R$ 3,82 para R$ 4,07, como apontou matéria do Infomoney.
Acontece que, quando se fala no que vale mais a pena, o requisito “preço” não é o único a analisar. Pelo contrário, para entender se o etanol, ainda que mais barato, é vantajoso, deve-se considerar outros fatores. Por exemplo, o modelo e o desempenho do veículo. Vamos aprender a calcular?
Álcool ou gasolina: qual rende mais?
Normalmente, o preço do litro do etanol é mais barato, já reparou? Porém, na prática, o veículo roda menos. Por que isso ocorre?
A princípio, essa diferença de rendimento existe porque o álcool gera menos energia no processo de combustão. Consequentemente, os veículos acabam consumindo mais combustível para o motor continuar funcionando.
Sendo assim, a recomendação é fazer um cálculo simples para, finalmente, entender o que compensa mais para si, álcool ou gasolina. Geralmente, as pessoas fazem aquela regrinha dos 70%, segundo a qual o álcool é mais vantajoso quando custa até 70% do preço da gasolina. Funciona assim:
- Divida o preço do litro do álcool pelo preço do litro da gasolina. Por exemplo, se o álcool custa R$ 4,00 e a gasolina custa R$ 6,00, a divisão será 4 / 6 = 0,66.
- Se o resultado for menor ou igual a 0,70, escolha o álcool. Se for maior que 0,70, escolha a gasolina. No exemplo acima, o resultado foi 0,66, então o álcool é mais vantajoso.
A regra leva em conta a diferença de consumo médio entre os dois combustíveis e funciona porque a gasolina tem um poder calorífico maior que o álcool. Em outras palavras, gera mais energia por litro.
Entretanto, é importante também observar o desempenho do veículo com cada tipo de combustível e, a partir daí, fazer as contas com base no consumo real.
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Onde entra a octonagem?
Mas, além da regrinha acima, há outro conceito envolvido em saber sobre o álcool ou gasolina: a octonagem do combustível. Epa, mas o que é isso?
Em resumo, é a capacidade de não explodir espontaneamente sob alta pressão e temperatura no processo de combustão do motor. Na prática, quanto maior a octanagem, maior a eficiência e a potência do motor. Por quê? Simplesmente porque o combustível pode ser comprimido mais vezes sem causar danos ao veículo.
Ok, mas onde está a relação com a regra dos 70%? Primeiramente, a octanagem do combustível tem a ver com o consumo por afetar a eficiência e a potência do motor.
O cálculo, a princípio, compara o preço e o consumo de cada combustível, com base na diferença de rendimento entre eles. Embora o etanol tenha uma octanagem maior que a gasolina, tem poder calorífico menor. Ou seja, gera menos energia por litro.
E é justamente essa diferença de consumo médio entre os dois combustíveis que regra dos 70% leva em conta.
Desde 2020, os postos de combustível devem informar o resultado desse cálculo nas bombas. Por lei, esse número deve ser claro e visível para as pessoas motoristas.
O estabelecimento que não cumprir pode receber multa de até R$ 50 mil. O objetivo é facilitar a vida do consumidor e garantir que os postos sejam fiscalizados pelos próprios clientes.
Então, conseguiu entender os cálculos do que vale mais a pena, álcool ou gasolina? Acompanhe preços, faça as contas e, assim, economize!
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