Uma questão linguística do português sempre intriga a população quando começa a chover e os céus começam a se fechar: Qual o termo correto para descrever a ação dos relâmpagos que cortam o céu? Entre “relampejando” ou “relampeando”, qual seria o termo apropriado segundo as normas da língua portuguesa? A resposta, surpreendentemente, pode não ser a que você espera.
Diferentes grafias e mesmo significado
Antes de mais nada, muitos têm a ideia errada de que sempre é apenas um termo o correto. Porém, o português aceita tanto “relampejar” quanto “relampear” como verbos válidos. Assim, essa dualidade faz parte do que chamamos de formas variantes ou formas gráficas variantes, que são palavras escritas de maneiras diferentes, mas todas corretas dentro das regras da norma culta.
De acordo com o Vocabulário Oficial da Língua Portuguesa, elaborado pela Academia Brasileira de Letras, ambas as formas — relampejar e relampear — estão corretas e são aceitas em todo território nacional.
Assim, isso nos permite utilizar qualquer uma das variantes em nossas comunicações. Seja alertando alguém sobre os perigos de estar ao ar livre durante uma tempestade ou descrevendo o fenômeno em textos diversos.
Além disso, a língua portuguesa nos presenteia com outras variações do mesmo verbo, como relampaguear, relampadear, relampar e relampadar. Todas derivam do substantivo “relâmpago” e passaram a fazer parte do idioma com sufixos que transformam essas palavras em ações.
Ademais, curiosamente, até mesmo a palavra “relâmpago” apresenta uma forma variante aceitável, “relampo”. Você sabia? Assim como sinônimos menos comuns como “corisco” e “lôstrego”, que enriquecem ainda mais nosso vocabulário ao descrever este fenômeno natural.
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Temos também outros exemplos. Por exemplo, as palavras “abdome” e “abdômen”, “afeminado” e “efeminado”, “aluguel” e “aluguer”, entre outras, são todas corretas. Além disso, tal fenômeno também ocorre com numerais, como “catorze” e “quatorze”, ambas aceitas para se referir ao número 14.
Por fim, variações como “enfarte” e “infarto”, “louro” e “loiro”, e “azálea” e “azaleia” exemplificam como a língua se adapta e incorpora diferentes formas de expressão, sem perder a precisão ou o significado original.
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