Recentes avanços tecnológicos permitiram desvendar segredos dos papiros antigos de Herculano, oferecendo novas informações sobre Platão e a rica história da vila romana. Por isso, aqui separamos alguns dos principais detalhes dessas descobertas, destacando a importância das técnicas modernas na arqueologia.
Quem foi Platão?
Antes de mais nada, Platão foi um filósofo grego que viveu entre 427 e 347 a.C. Ele é um dos pensadores mais influentes da história da filosofia ocidental. Além disso, foi discípulo de Sócrates e professor de Aristóteles, dois outros grandes nomes da filosofia.
Nascido em Atenas, Platão fundou a Academia, uma das primeiras instituições de ensino superior do mundo. Ele escreveu uma série de diálogos filosóficos, nos quais Sócrates é o personagem principal, para transmitir suas ideias e ensinamentos.
Platão acreditava que o mundo físico era apenas uma sombra imperfeita do mundo das ideias, que é eterno e imutável. Assim, ele defendia a existência de uma realidade transcendental, onde as formas perfeitas e universais existem independentemente de nossa percepção.
Inclusive, uma das suas teorias mais conhecidas é a teoria das ideias, que afirma que as coisas que vemos no mundo material são apenas cópias imperfeitas das ideias perfeitas que existem no mundo das formas. Segundo ele, o conhecimento verdadeiro só pode ser alcançado através da razão e do pensamento crítico.
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O descanso final de Platão
Pesquisas recentes nos papiros antigos de Herculano revelaram que Platão foi enterrado em um jardim privativo na escola platônica. Isso desafia as antigas suposições de que seu túmulo estaria na Academia de Atenas. Esta descoberta ocorreu perto do Museion ou sacellum, um espaço dedicado às musas, mostrando o respeito e a honra conferidos ao filósofo em seu local de descanso final.
Inovações tecnológicas resgatam a história
O uso de técnicas avançadas como raios-x, tomografia computadorizada e microscopia digital foi fundamental para aprimorar a leitura dos papiros. Esses mesmos papiros sofreram carbonização na erupção do Vesúvio. Kilian Fleichner e sua equipe na Universidade de Würzburg conseguiram interpretar 30% mais conteúdo do que antes, incluindo um rolo específico sobre a História da Academia escrita por Filodemo de Gadara.
Os textos recentemente interpretados fornecem informações novas sobre eventos significativos da vida de Platão. Sugere-se que o venderam como escravo em 404 a.C., muito antes do que se acreditava anteriormente. O filósofo também permaneceu lúcido até suas últimas horas, criticando a habilidade musical de um flautista bárbaro da Trácia, indicando sua acuidade mental e fidelidade à cultura grega até o fim.
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Um sítio arqueológico único
Embora menos explorada que Pompeia, Herculano oferece percepções únicas sobre a vida romana antiga. Apenas um terço da cidade foi escavado, revelando tesouros como a Villa dos Papiros, que abrigava a única biblioteca do mundo antigo que sobreviveu à erupção. Esta residência de um patrício romano, potencialmente ligada ao sogro de Júlio César, continua a ser uma fonte valiosa de conhecimento histórico.
O projeto ‘Greek Schools’ liderado pelo Conselho Nacional de Pesquisa Italiano (CNR) na Biblioteca Nacional de Nápoles mais do que revela aspectos desconhecidos da Grécia antiga. Na verdade, também demonstra a importância das novas tecnologias na redescoberta de nossa herança clássica. As descobertas proporcionadas por essas investigações renovam nosso entendimento da influência e do legado de figuras históricas como Platão.
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